Cardeal sudanês denuncia corrupção do governo local

O Cardeal Gabriel Wako, Arcebispo de Cartum, considera que “milhões de dólares estão a ser entregues a um Governo corrupto”, no Sudão. O Cardeal lembra que milhares de refugiados ainda não puderam regressar às suas casas no sul do país e que tem sido a Igreja a ajudar estas pessoas que vivem em condições desumanas. Na opinião do Arcebispo de Cartum, os fundos atribuídos pela comunidade internacional para auxiliar os refugiados e deslocados sudaneses estão a ser desperdiçados porque não foram confiados a pessoas responsáveis e preparadas para atender às necessidades da população. Em entrevista à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, o Cardeal questionou: “Quem realmente conhece aqueles que a Igreja está a ajudar no Sudão? Quem vê o sofrimento da Igreja e o que lhe está a ser retirado?”. D. Gabriel Wako pede “confiança e respeito pela Igreja porque ela serve verdadeiramente o povo”. Apesar dos acordos de paz assinados em Janeiro de 2005, centenas de milhar de refugiados não têm ainda condições de segurança para regressar ao sul do Sudão. Estes refugiados – principalmente cristãos, animistas ou seguidores de religiões tradicionais – povoam os acampamentos localizados nos arredores da capital sudanesa, Cartum, e os campos de refugiados criados nos países vizinhos. “Não é o Estado, mas a Igreja que toma conta deste povo esquecido que vive em condições desumanas, muito próximo da capital”, recordou o Arcebispo de Cartum. “O governo não faz nada e a comunidade internacional não denuncia esta situação”, acrescentou. Na sua opinião, a comunidade internacional deveria apoiar a Igreja, que vive também em dificuldades, mas que “tudo faz para aliviar a miséria do povo”. “Os muçulmanos conhecem esta realidade. Nós sofremos durante décadas aquilo que a população do Darfur está agora a passar”, concluiu o Cardeal Gabriel Wako. Departamento de Informação – Fundação Ajuda à Igreja que Sofre

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