Festival «Terras sem Sombra»

Música Sacra do Baixo Alentejo O Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja e a Arte das Musas levam a cabo, entre 15 de Novembro de 2006 e 24 de Março de 2007, o 3.º Festival Terras sem Sombra – Festival de Música Sacra do Baixo Alentejo. Tendo como título “As Formas do Som: Vozes e Instrumentos”, o Festival oferece uma programação de nível internacional e vai ao encontro das tradições mais profundas da música litúrgica. Nos últimos anos tem sido feito um esforço sistemático para a conservação de alguns dos principais monumentos históricos do Baixo Alentejo e respectivos espólios, através da colaboração da Diocese de Beja com o Ministério da Cultura, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional e diversos municípios. Consolidada essa prioridade, o trabalho dirige-se agora no sentido da criação de estruturas que permitam uma abertura regular das igrejas restauradas, algumas das quais funcionam actualmente como museus ou possuem tesouros visitáveis. A redescoberta de um património ainda pouco conhecido, mas deveras rico e diversificado, passa também pela captação de novos públicos. À música cabe nisto um papel primordial, tanto mais que se trata de uma região que tem orgulho nas suas multifacetadas raízes musicais. Iniciado em 2003, o Festival Terras sem Sombra, Festival de Música Sacra do Baixo Alentejo, tem-se caracterizado desde então por uma programação de qualidade internacional de concertos de música erudita, juntamente com conferências temáticas e outras iniciativas que visam o reencontro com edifícios que, na maior parte dos casos, estiveram até há pouco encerrados ao público ou com sérios problemas de degradação. O Festival é itinerante, apresentando concertos em concelhos do Baixo Alentejo, do litoral ao interior. Apresenta-se contextualizado por um inovador projecto de animação e valorização patrimonial da Diocese de Beja e já percorreu Almodôvar, Beja, Castro Verde, Cuba, Moura, Odemira, Santiago do Cacém, Sines e Vidigueira. Em 2006/2007 conta-se, para a 3.ª edição do Festival, com a presença de músicos nacionais e internacionais de primeiro plano, juntamente com a intervenção do Coro Gulbenkian, referência da cultura nacional, na temporada em que a Fundação Gulbenkian comemora o seu 50.º aniversário. A Conferência do Festival, proferida por Rui Vieira Nery, da Universidade de Évora, estreia as actividades em Lisboa, no Palácio Fronteira, incidindo sobre o tema de grande interesse para o nosso país: O Canto e os Instrumentos: Cumplicidades e Contradições na Música Antiga. O Festival Terras sem Sombra foi, em todo o Alentejo, o único projecto, na área da música, apoiado pelo Instituto das Artes – Ministério da Cultura. Foi também declarado pelo Ministério como de Superior Interesse Cultural. Entre as participações para a temperada que agora se inicia é de sublinhar a do ensemble francês Les Fin’Amoureuses. Este agrupamento, constituído por três músicas de Avignon, gravou recentemente para a editora Alpha o disco compacto com o título Marions les Roses, uma viagem encantatória que une a música de raiz popular/erudita francesa e a da tradição otomana. O programa deste concerto apresentará o encontro entre Oriente e Ocidente que, na bacia do Mediterrâneo, assumiu contornos muito interessantes e será, com toda a certeza, um dos grandes acontecimentos do Festival. Sob o tema As Formas do Som: Vozes e Instrumentos, a programação integra ainda um conjunto de três recitais instrumentais de câmara com os sons do cravo, do clavicórdio, do alaúde barroco e das flautas de bisel, respectivamente com os músicos João Paulo Janeiro e Miguel Serdoura e o consort de flautas A Imagem da Melancolia, que exploram alguns dos mais representativos timbres da história da música até ao século XVIII. Estes programas foram especialmente concebidos para o Festival e procuram fazer renascer algum do repertório menos ouvido (por vezes em primeira audição moderna) da música instrumental portuguesa e europeia. O concerto de encerramento, intitulado As Vozes e as Lágrimas Humanas e interpretado pelo Sete Lágrimas Consort, encerra em si mesmo o conceito da programação da 3.ª edição do Festival Terras sem Sombra, trazendo a lume obras representativas das Formas do Som na música sacra do século XVII ao XVIII, desde as Sonatas da Chiesa (Sonatas de Igreja) de Corelli às Leçons de Ténèbres de Couperin. Programa 1. Conferência de Abertura do Festival Orador: Professor Doutor Rui Vieira Nery (Universidade de Évora) Tema: O Canto e os Instrumentos: Cumplicidades e Contradições na Música Antiga Lisboa, Palácio Fronteira, 15 de Novembro de 2006, 19h00 2. Concerto de Abertura Intérpretes: Coro Gulbenkian Maestro: Jorge Matta Programa: Motetos de Pero de Gamboa (1563?-1638) e Vilancicos “negros” do manuscrito 50 de Santa Cruz de Coimbra (sec. XVIII) Castro Verde, Basílica Real, 25 de Novembro de 2006, 21h30 3. Intérpretes: Les Fin’Amoureuses (Avignon, França) Programa: Marions les Roses Sub-título: O Encontro Oriente-Ocidente na Bacia do Mediterrâneo Sines, Igreja Matriz, 2 de Dezembro de 2006, 21h30 4. Intérprete: João Paulo Janeiro Programa: Recital de Cravo e Clavicórdio Sub-título: Imagens da Música de Tecla Ibérica do Maneirismo ao Pós-Barroco Beja, Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, 20 de Janeiro de 2007, 21h30 5. Intérpretes: A Imagem da Melancolia, Consort de Flautas Programa: O Consort Português Mal Temperado Sub-título: Música do manuscrito 964 da Biblioteca Pública de Braga Santa Cruz (Almodôvar), Igreja Matriz de Santa Cruz, 3 Fevereiro 2007, 16h00 6. Intérprete: Miguel Serdoura Programa: Recital de Alaúde Barroco Sub-título: Canções Sacras e Seculares dos séculos XVII e XVIII. Esaias Reusner e Adamo Falckenhagen. Alvito, Igreja Matriz, 3 de Março de 2007, 21h30 7. Intérpretes: Sete Lágrimas Consort Programa: As Vozes e as Lágrimas Humanas Sub-título: Música de Marais, Schütz, Corelli, Martini e Couperin Santiago do Cacém, Igreja Matriz, 24 de Março de 2007, 21h30 Mais informações: www.terrassemsombra.com

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top