Hospitais devem respeitar convicções religiosas

Vários líderes religiosos apelaram ontem, em Lisboa, aos hospitais portugueses para que respeitem as diferentes crenças religiosas e permitam o cumprimento dos seus rituais, especialmente em doentes terminais. “Em fase terminal, um doente budista pode desejar ter assistência espiritual e nós lutamos para que este direito possa ser respeitado”, afirmou Paulo Borges, da União Budista de Portugal. O responsável falava durante o III Seminário Saúde e Religião – Intervir em Contextos Migratórios, que decorreu hoje na Universidade Lusófona, em Lisboa. D. Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas e de Segurança, defendeu a diversidade espiritual nos hospitais portugueses. “Já há hospitais, como o S. João, no Porto, que não disponibilizam apenas uma assistência religiosa. Têm uma assistência espiritual. Um dos crentes pode pedir diálogo com alguém sobre determinados aspectos de ordem cultural ou transcendental e é atendido”, afirmou. Apelando a condições de justiça, equidade e dignidade da pessoa, o bispo das Forças Armadas idealiza um Sistema Nacional de Saúde “com competência, com formação profissional inigualável e com capacidade psicossociológica de atendimento”. Contra o aborto Os líderes religiosos presentes nesta iniciativa manifestaram-se, na sua maioria, contra o aborto, tendo alguns defendido a utilização de métodos contraceptivos pelos casais. “Se o aborto for feito para salvar a vida da mãe, então é permitido, caso contrário não”, disse o Sheik Munir. O responsável justificou a posição contra o aborto com o facto de o Islão permitir a prevenção da gravidez. Também o representante da União Budista de Portugal afirmou que o aborto não é aceite pela sua religião, que considera um “acto negativo interromper involuntariamente uma vida”. As Testemunhas de Jeová também são contra o aborto, porque acreditam que “a vida é uma dádiva de Deus, por isso, cada um tem obrigação de respeitar e bem tratar aquilo que lhe é dado”, afirmou Orlando Teodoro. O representante da Comunidade Hindu, José Carlos Calazans, afirmou que o hinduísmo “não defende o aborto ou qualquer outra forma de interrupção da vida”. Redacção/Lusa

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top