Ano B – Solenidade da Santíssima Trindade

Entrar no movimento do Amor da Trindade

Contemplar Deus que é amor, família, comunidade, que criou os homens para os fazer comungar nesse mistério de amor: é este o principal convite da Solenidade da Santíssima Trindade que celebramos neste Domingo.

«Considera hoje e medita no teu coração que o Senhor é o único Deus, no alto dos céus e cá em baixo na terra, e não há outro». Assim reza a primeira leitura. Acolher Deus que vem ao nosso encontro e cumprir os seus mandamentos traz-nos felicidade e vida plena e verdadeira.

A segunda leitura vem confirmar que o Deus em quem acreditamos não é um Deus distante e inacessível, que se demitiu do seu papel de Criador e que assiste com indiferença e impassibilidade aos dramas das pessoas. Deus acompanha com paixão a caminhada da humanidade e não desiste de nos oferecer a vida plena e definitiva. Somos filhos gerados no amor de Deus nosso Pai, a quem clamamos abba, papá.

No Evangelho, Jesus dá a entender que ser seu discípulo é aceitar o convite para se vincular com a comunidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Os discípulos de Jesus recebem a missão de testemunhar a sua proposta de vida no meio do mundo e são enviados a apresentar a todos os homens e mulheres o convite de Deus para integrar a comunidade trinitária. Sempre com a certeza da presença de Jesus: «Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos».

A Trindade é Movimento de Amor! A grande revelação que Cristo veio trazer é que “Deus é Amor”. O Ser de Deus é o Amor em estado puro, é simplesmente amar. Ora, o amor não existe se não for movimento recíproco, dom e acolhimento. Deus, Aquele que Jesus chama Abba, só pode existir como fonte de amor. Ele não se pode definir unicamente como o “Ser Supremo”.

O Pai é a fonte que Se dá eternamente, gratuitamente. O Filho surge deste dom como a perfeita Imagem do Pai. O Espírito é este mesmo Movimento de Amor que liga eternamente o Pai e o Filho, brota do Coração do Pai, no dom total de Si mesmo ao Filho. Isto só se pode aceitar na fé, proclamando que Deus é apenas Amor e nada mais.

É neste Movimento de Amor que somos mergulhados no Batismo. A vida dos cristãos não é uma realidade estática, nem simples conformidade aos mandamentos. É movimento de amor, aberto aos outros, no próprio movimento de amor que é Deus. “Assim como Eu vos amei, amai-vos uns aos outros”.

Que assim seja, neste último domingo de maio e ao longo do mês de junho, vivido como mês do Coração de Jesus, síntese do amor da Trindade derramado nos nossos corações.

Manuel Barbosa, scj
mjgbarbosa@gmail.com
www.dehonianos.org

 

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Agência ECCLESIA

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