Aos desafios que, há alguns atrás, o exponencial crescimento da população universitária e de ensino superior no Porto (como aliás, em todo o país) lançou à presença da Igreja no meio universitário, sucedem-se agora outros, não menos complexos. São os que decorrem, por exemplo, da crescente mobilidade estudantil numa grande diversidade de sentidos: entre Universidades, por períodos mais ou menos longos ou, diária e semanalmente, entre os próprios domicílios e locais de estudo (por via da quase generalizada “regionalização” do público de boa parte das instituições) ou ainda a partir de outros países (do resto da Europa e de África). Ou também da própria duração dos cursos, normalmente mais abreviados, em consonância com o famoso “processo de Bolonha”. Ou, por último – e sempre em jeito de exemplo – são também os desafios da fragmentação dos saberes e das instituições em cursos e especializações com o risco da perda de unidade de sentido e de horizonte, no homem. À frequente escassez de recursos, sobretudo humanos, tentamos responder, como Igreja empenhada em Pastoral Universitária no Porto, com a riqueza da diversidade de propostas que os diversos centros e capelanias universitários, movimentos e organismos eclesiais vão podendo apresentar. A Celebração de Início de Ano, da passada quarta-feira, 25 de Outubro foi disso, uma vez mais exemplo. O reforço da Jornada Diocesana (a 10 de Março de 2007) em consonância, aliás, com a europeia, na mesma data, será outro marco que se procurará reforçar, também como oferta à população universitária diocesana de um espaço anual de encontro e reflexão. “2006/2007 será também um ano marcado pelo grande encontro europeu de docentes universitários (Roma, Junho de 2007) para o que trabalhamos actualmente algumas propostas de preparação e envolvimento. Dos docentes universitários esperamos, de facto, um contributo essencial para a missão da Igreja na Universidade de que eles são, o elemento mais estável. “Dar(-se)”, como lema escolhido para este novo ano pastoral, inspira também um maior investimento nas diversas formas de voluntariado universitário (a recente feira dos voluntariados foi disso também exemplo) e o desenvolvimento e consolidação de formas de serviço e comunhão como o atendimento diário na sede do Secretariado, o crescimento do Fundo de Solidariedade (uma certa expressão de comunhão de bens entre universitários), a particular atenção à comunidade universitária africana, sem a qual não se poderia narrar a actual experiência da Pastoral Universitária no Porto. Vai também, neste mesmo sentido, uma maior atenção ao conhecimento e divulgação da Doutrina Social da Igreja expresso, por exemplo, num próximo ciclo de Diálogos a ocorrer nas próprias Faculdades e ainda a preparação e realização das já tradicionais Páscoa com universitários (este ano, a pé nos Caminhos de Santiago) e Bênção das Pastas. A melhoria e mais regular actualização da página na net, a par da edição do correspondente boletim (“Pastoral Universitária Informa”), constituirão um fundamental serviço à comunhão entre todas as formas de presença da Igreja no meio universitário e aos universitários em geral. Pe. António Bacelar Dir. Sec. Pastoral Universitária (Porto)