Jorge Cotovio, secretário-geral da APEC, sublinha que resultados devem ser lidos com «muita ponderação»
Leiria, 21 mai 2021 (Ecclesia) – A Associação Portuguesa das Escolas Católicas (APEC) manifestou a sua satisfação com a classificação das suas instituições de Ranking das Escolas 2020, divulgado hoje, sublinhando que os resultados devem ser lidos com “muita ponderação”.
“Ficamos naturalmente satisfeitos em saber que as escolas católicas neste ranking nacional ficam bem classificadas”, disse à Agência ECCLESIA o secretário-geral da APEC.
O Colégio Nossa Senhora do Rosário, no Porto, é a instituição do Ensino Secundário que registou a melhor média nos exames nacionais, com 17,6 valores nas provas realizadas em 2020; o segundo classificado é o Colégio D. Diogo de Sousa, em Braga.
As dez escolas com melhores médias são do ensino privado, localizadas em Lisboa e Porto, uma em Braga e outra em Aveiro.
“Olhamos para o ranking com muita ponderação, há escolas católicas que não estão classificadas nos primeiros lugares e têm um ensino de qualidade, mas muitas vezes há outros fatores que condicionam os resultados, por isso, não absolutizamos o ranking”, desenvolveu Jorge Cotovio, observando que este é “mais um indicador, mais mediatizado do que outros”.
No contexto das desigualdades sociais entre alunos e de carências na sociedade portuguesa, o secretário-geral da Associação Portuguesa das Escolas Católicas e assinala que existem outros fatores que são muito importantes, nomeadamente, o fator social, a família, o estrato social”, que “condicionam também a vivência como alunos e os resultados”.
Segundo o responsável, as escolas católicas “procuram mitigar estas desigualdades”, com uma “diferenciação positiva” e apoio acrescido a alunos que têm mais dificuldades a todos os níveis, “não são só dificuldades intelectuais, mas dificuldades de integração na escola, de integração na sociedade, integração na família”, por exemplo.
“Por essência, a Escola Católica deve atender prioritariamente às pessoas mais débeis da sociedade e deve ser sua preocupação mitigar essas desigualdades, encontrando soluções”, aponta o entrevistado.
Jorge Cotovio salienta que as instituições procuram “um ensino de excelência”, com grande proximidade juntos dos alunos.
“Procuramos levar o aluno a acreditar que pode fazer melhor, que tem talentos, que tem potencialidades, e tem de ser ele o autor do seu crescimento, do seu desenvolvimento e isso é extremamente importante para que existam bons resultados. A motivação é extremamente importante e a Escola Católica devido à sua essência considera crucial a pessoa do aluno, procura levar o aluno a acreditar em si mesmo, em elevar a sua autoestima”, desenvolve.
O secretário-geral da APEC realça que “o ensino privado, em geral”, tem um corpo docente que “é tendencialmente estável, tem uma cultura de escola muito bem assente num projeto educativo, claramente definido”.
“Tudo isso leva que os alunos, os pais, os professores e os funcionários se sintam envolvidos e comprometidos em torno deste projeto, o que não sucede muitas vezes nas escolas estatais, infelizmente”, observou o diretor pedagógico do Colégio Conciliar de Maria Imaculada, em Leiria, que tem ensino até ao 9.º ano.
No ano letivo 2019/2020, o Ministério da Educação estabeleceu que os exames nacionais não seriam levados em conta para a conclusão do Ensino Secundário, face ao impacto da pandemia, e só os alunos que queriam ingressar no Ensino Superior realizaram exame.
CB/OC