«Conversas na Ecclesia»: Santuário de Fátima mergulhou num «silêncio dorido» – irmã Sandra Bartolomeu (c/vídeo)

Religiosa fala do isolamento na Cova da Iria e espera que se aprenda “um novo estilo de vida”

Fátima, 12 mai 2021 (Ecclesia) – Sandra Bartolomeu, serva de Nossa Senhora de Fátima, contou à Agência ECCLESIA que, desde o desconfinamento, a “fila das velas aumenta, mostrando a sede de Deus” e espera que se aprenda a “lição de um novo estilo de vida”.

“As pessoas têm sede de Deus, de vir aqui, uma sede física, que é corpórea, e a fila das velas aumenta, também diz deste gesto orante de poder colocar uma vela, ainda que não se verbalize uma prece, mas o corpo faz o gesto de confiança aos pés de Nossa Senhora”, refere a convidada de hoje nas ‘Conversas na Ecclesia’.

A religiosa refere o silêncio de Fátima, em tempo de pandemia, como algo “que nunca se experimentou” e onde o santuário, como “uma espécie de antena parabólica”, se sentia a ligação ao mundo todo. 

“Neste tempo de pandemia essa componente do silêncio, de um vazio, alguém dizia isto é um vazio dorido, nunca haver ninguém; quase se equiparou ao santuário das aparições, ouvia-se os pássaros e o vento, estávamos na Cova da Iria pré-urbanizada, e este espaço tornava-se essa antena”, indica.

Do tempo de confinamento a irmã Sandra Bartolomeu aponta duas lições: “aprender uma novo estilo de vida e cuidar das relações”.

“Temos de aprender um novo estilo de vida, esta paragem brusca torna vivo que poluímos demasiado a nossa vida, temos de dar espaço ao que é algo importante, este silêncio onde nos permitimos escutar e escutar Deus na nossa vida; outra coisa, as relações, somos seres relacionais e precisamos uns dos outros para sermos o que somos e é muito importante valorizarmos a qualidade das nossas relações”, assume.

Apesar da “estranheza da situação” ,a irmã Sandra Bartolomeu contou que “naquele silêncio dorido” era possível sentir as “ânsias e angústias da humanidade, não só em Portugal”. 

Com o confinamento e a regra de teletrabalho no município a religiosa passou a estar no santuário de Fátima, onde “a praça de oração se tornou num imenso claustro que tem o benefício do silêncio e espaço, numa perceção mais regular da presença de Deus”.

HM/SN 

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Agência ECCLESIA

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