O muro como obstáculo para a paz

O muro como obstáculo para a paz Os líderes das Igrejas cristãs de Jerusalém advertiram para o obstáculo que representa para o «Plano de Rota» e o processo de paz na Terra Santa o muro de separação entre Israel e os Territórios palestinos, divisão que em ambas nações “provocará uma sensação de isolamento”. Na declaração conjunta – firmada a 26 de Agosto passado e difundida na Quinta-feira – manifestam a sua postura diante da barreira de cimento e alambrados de arame farpado de 350 quilómetros de longitude -120 quilómetros já foram levantados – que o governo israelita está a retirar a fim de deter a entrada de terroristas em seu próprio território. “Para ambas as nações – lê-se no texto – o muro representará um motivo de ulterior isolamento. Para muitos palestinos significará uma privação de terra, de possibilidades de sustento, de soberania e de vínculos familiares”. “A ocupação permanece como a raiz do conflito em curso e dos contínuos sofrimentos na Terra Santa” – sublinham os signatários, entre os quais figura o patriarca latino de Jerusalém Michel Sabbah, o patriarca arménio ortodoxo Torkon II, o Custódio da Terra Santa – padre Giovanni Battistelli- e o arquimandrita greco-católico Mtanious Haddad. A declaração afirma ainda a forte preocupação pela proposta de «cercar» também Belém, “para os cristãos o lugar do nascimento de Jesus Cristo, o Príncipe da Paz”. “Para nós, os cristãos, as consequências serão devastadoras – alertam -, além do impacto psicológico na vida diária”, visto que a comunidade de facto “ficaria isolada quando ficar privada do acesso à terra e da liberdade de movimentos” e desalentarão as visitas dos peregrinos. Reafirmando a sua “determinação para fazer todo o possível pela paz na Terra Santa e o bem-estar dos seus habitantes, sejam israelitas ou palestinos”, os líderes cristãos pedem “às autoridades de ambas e a todas as pessoas de boa vontade do mundo para fazerem esforço, junto aos seus líderes políticos e religiosos, para eliminar este grave obstáculo que impede uma paz completa e duradoura”. As circunstâncias actuais também levaram os líderes de todas as Igrejas cristãs presentes em Jerusalém a convocar uma vigília de oração pela paz no próximo 30 de Agosto, em Belém, a partir das 10h no mosteiro beneditino de Emmanuel. “Queremos orar – dizem os promotores – considerando os perigos do momento presente. Os fracassos das conversações de paz e a construção do muro nos arredores de Belém não fazem mais que piorar as já difíceis condições de vida da população. Por isso convidamos todos a unirem-se em oração connosco».

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