Partiram de Valença com destino a Santiago de Compostela. Podia ser mais uma peregrinação de um grupo de amigos que se juntou para durante cinco dias fazer o caminho a pé. Mas o grande objectivo deste grupo muito disperso, era valorizar e chamar a atenção para o património cultural que, o caminho português que leva a Santiago de Compostela, apresenta. 42 pessoas, alguns da Bélgica, Funchal, Alentejo, Trás os Montes “aprenderam a conviver umas com as outras” relembra Francisco Moura da Geotour, agência responsável pela organização da peregrinação. “Começou-se com um grupo de pessoas muito diferente entre si, quer a nível social como cultural e pouco a pouco foram-se despindo e descobriram-se muito parecidos” salienta o responsável como o mais importante da peregrinação. A pouco e pouco foi-se criando o clima de grupo, de “seres humanos que descobriram a amizade e fraternidade” dormindo em camaratas e criando respeito. A iniciativa cultural era a base com que partiram para esta peregrinação. “Principalmente queríamos divulgar o caminho português” afirma, chamando a atenção para as etapas que o caminho tem em Portugal. Divulgar o património arquitectónico e gastronómico, o caminho leva à descoberta de paisagens sendo o caminho português “o mais autêntico, uma vez que este era apenas feito essencialmente por portugueses” explica Francisco Moura, acrescentando que gostariam que um dia “o caminho português fosse património da humanidade”. Sendo uma experiência vivida sempre de um forma “muito pessoal”, Francisco salienta o terem conseguido chegar ao destino como grupo. “Apanhámos chuva, vento, são muitos quilómetros que geram cansaço mas que ajudam a dar valor à experiência”, lembrando o momento em que receberam a Compostela e viram o Bota Fumeiro na Catedral. Ver a autenticidade da vida rural, contactar com as pessoas que ao longo do caminho faziam as vindimas e chamavam os peregrinos para oferecer uvas, o chilrear dos pássaros pela manhã, as palmas das pessoas à passagem resumem “uma experiência fantástica”.