Pastoral de Beja é polarizada na família

O Bispo de Beja apresentou à sua Diocese um Plano Pastoral para 3 anos. É polarizado na Família. Todas as circunstâncias concorreram para chegar aí. Umas positiva outras negativamente. Contribuiu positivamente, uma série de acontecimentos e de documentos relacionados com o tema. Negativamente contribui a onda de agressões verbais e de episódios endémicos que põem em causa a estabilidade e a funcionalidade da instituição básica da sociedade. O Plano Pastoral sobre a Família não vai ser o remédio milagreiro para resolver todos os problemas com que a Família se debate. Mas será certamente um factor altamente positivo para valorizar esforços e iniciativas em ordem a apoiar aquilo que continua a ser a esperança do futuro da Igreja e do mundo. O Plano Pastoral é um mapa. Não traz nada a casa, mas diz como chegar lá. Não dá boleia, mas facilita a viagem. Não dispensa de andar, mas orienta os passos. Já há vinte e cinco anos atrás D. Manuel Falcão dizia aos seus diocesanos de Beja : “ entendi propor à Diocese um programa de acção pastoral a curto prazo, que abra caminhos à vida diocesana nos próximos anos. Julgo, de facto, que o governo da Diocese não pode limitar-se à solução pontual dos problemas que vão surgindo dia a dia, mas deve ser norteada e dinamizada por objectivos pastorais criteriosamente estabelecidos e tenazmente perseguidos” . Também D. António, após estes primeiros anos de contacto e conhecimento da realidade, decidiu fazer o mesmo. Se em boa hora o pensou em melhor hora o fez. E aí está o Plano como “um instrumento regulador e flexível para uma acção pastoral consequente, organizada e adequada aos objectivos em vista. Planificar é antever o que se quer, como se quer e quando se quer. Um Plano Pastoral estabelece um horizonte temporal para a acção e permite superar os limites e as dificuldades provenientes do ocasional”. “Este Plano Pastoral sobre a Família, caracteriza-se por um horizonte temporal de três anos. Define-se por três ideias-chave e três objectivos a conseguir em cada ano. As actividades propostas como caminho para conseguir os objectivos, são sugestões a utilizar no todo ou em parte, sem menosprezar outras consideradas mais adequadas e enriquecedoras. É uma proposta que cada Paróquia, Serviço e Movimento, num esforço próprio de quem está mesmo convencido da necessidade urgente de uma pastoral para a Família e com a Família, irá estudar e procurar transportar, com as necessárias adaptações, para a sua esfera de acção na justa medida das suas necessidades e possibilidades”. Mais uma vez, poderemos fazer nossas as proféticas palavras de D. Manuel em 1981: “chegou a hora de imprimir um novo ritmo à vida da Diocese. Este ritmo novo há-de resultar fundamentalmente de uma fé mais viva, de um zelo mais ardente e também de uma condução mais firme e dinâmica das actividades pastorais”. De facto, o Plano é uma espécie de anjo da guarda. Não faz mas acompanha o trabalho de quem faz. Está sempre ao lado, para estimular, iluminar, guiar…Poderíamos dizer do Plano o que Moisés dizia da Lei :”estará à tua frente, para te proteger no caminho e te conduzir ao lugar que preparei para ti. Respeita-a e obedece-lhe”. (Ex 23,20-21) Era isso o que também já D. Manuel lembrava, quando era ele a apascentar esta Grei de Beja : “para que o Plano não fique no rol, das coisas que não passam de belos sonhos, importa que seja assumido pelas forças vivas da Diocese, ou melhor, que sejam elas a concebê-lo, a elaborá-lo e a ganhar o gosto de lhe dar realização. Por isso, é palavra de ordem a mobilização das paróquias e arciprestados, das associações, grupos e movimentos de formação e de apostolado, dos organismos e serviços locais e diocesanos . Que cada um participe activamente no que disser respeito ao seu próprio campo de acção ou competência”. “O movimento que se pretende desencadear a partir do Plano é essencialmente um movimento de renovação da Igreja Diocesana, na linha do pensamento conciliar. Tem de se alimentar do afervoramento da vida espiritual de cada cristão, uma correspondência cada vez mais fiel e generosa à sua vocação baptismal, e porventura matrimonial , sacerdotal . (…) Isto é coisa de Deus. Precisa de cobertura espiritual. Urge, pois, colocar a Diocese em estado de oração. Que os padres se entreguem, como faziam os apóstolos prioritariamente ao ministério da oração e da Palavra. Que os fiéis e as comunidades de fiéis, se entreguem com ardor às práticas de piedade. “ Padre Magalhães

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