Portugal é exemplo de integração do fenómeno migratório

Portugal é um país de sucesso em casos de integração e tem uma grande capacidade de gestão do fenómeno migratório, apesar de ainda “não saber trabalhar bem com as suas associações de imigrantes”. Estas são as convicções de Roberto Carneiro, Coordenador do Observatório para a Imigração. Sendo um país de acolhimento, “temos uma tradição de muitos anos a receber imigrantes principalmente de países lusófonos”. Fazendo parte da orla do Mediterrâneo, o nosso país “não é destino de eleição” aponta Roberto Carneiro, quando comparado com Espanha, França ou Itália com índices maiores de imigrantes e “onde tem havido questões difíceis na integração dos fluxos de imigrantes“ dando conta também das situações com os imigrantes vindos das Canárias com destino a Espanha. É uma situação que não nos afecta directamente, “mas como europeus devemos estar preocupados”, lamentando não haver ainda uma política comum de imigração. Portugal apresenta uma coexistência pacífica social e religiosa, o que “também nos deixa à vontade quanto à capacidade portuguesa para fazer a integração desses fluxos migratórios”. “Portugal, pode antes ser um país de transição” dada a sua posição geográfica, em especial a Ilha da Madeira e o Algarve. Sendo um fenómeno dramático e que levanta questões éticas, Roberto Carneiro afirma que há algum desconhecimento, uma vez que os números deste fenómeno apontam para “cerca de 25 mil pessoas, que é significativo, mas à Europa continua a chegar milhão e meio de pessoas por ano”, o que acaba por conferir à realidade espanhola uma dimensão localizada. A Lei portuguesa da imigração, “sendo uma das mais avançadas nesta matéria”, a regulação da imigração e o trabalho do Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas são exemplos, apontados por Roberto Carneiro, de sucesso na integração portuguesa dos imigrantes. O Coordenador do Observatório para a Imigração aponta que é necessário “combater as imagens que a comunicação social dá dos imigrantes, muitas vezes marginalizada”, para que a população esclarecida perceba a realidade dos imigrantes no país. As notícias veiculadas devem “ser justas e equilibradas”, pois os imigrantes “são importantes quer para o nosso país, quer para a Europa”. A presidência portuguesa da União Europeia no segundo semestre de 2007 pode colocar Portugal como parceiro na ajuda, uma vez que “somos exemplo em integração” ressalta Roberto Carneiro, “temos uma vocação de diálogo” com os países africanos, na America Latina e com os países orientais “e podemos liderar este diálogo no sentido de a Europa ser parceira de desenvolvimento destes paises mais pobres”. Roberto Carneiro acredita que “avançamos com provas dadas e conhecimento acumulado nesta matéria” refere. Este responsável aponta as Associações de Imigrantes como o local indicado para acompanhar e representar os cidadãos quanto aos seus direitos. “O país precisa de aprender a trabalhar com as associações” porque são elas que melhor conhecem as situações porque passam os imigrantes, assim como acompanhar de perto “a forma como na realidade as políticas têm impacto e melhoram ou não a vida dos imigrantes” conclui.

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