Sacerdote da Diocese do Porto e psicólogo era um otimista, empreendedor e com «inteligência muito prática»
Lisboa, 17 mar 2021 (Ecclesia) – O padre João de Deus de Deus Costa Jorge era um otimista, bom conversador e com uma “ inteligência muito prática”, reconhecido como um “pastor e a um académico que se distinguiu na Igreja na academia”, afirmou Jacinto Jardim.
Atualmente professor universitário, Jacinto Jardim conheceu o padre João de Deus Costa Jorge na Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (dehonianos), e depois na Universidade Católica Portuguesa, no Porto.
O padre João de Deus faleceu no dia 11 de março, vítima de uma doença cancerígena, a que se associaram problemas por causa de ter sido contagiado com o novo coronavírus.
“Tinha uma visão para a Igreja, para as paróquias e conseguia imprimir o ritmo dele e as suas ideias”, afirma Jacinto Jardim, acrescentando que o padre João de Deus construiu a comunidade “de um modo inovador”.
O trabalho paroquial que desenvolveu, nomeadamente em Sobrosa (Paredes), tinha por convicção que a “construção da comunidade passava por dentro da igreja, mas também pelo exterior”, “privilegiava celebrações apelativas”, apostava na “formação de catequistas” e tinha no salão paroquial “um espaço privilegiado onde se encontrava com as pessoas, antes e depois das celebrações”, num ambiente polivalente que incluía também o acompanhamento psicológico.
Mestre em Psicologia, em Ciências da Educação e em Teologia, João de Deus Costa Jorge lecionava na Universidade Católica Portuguesa, no Porto, desde 1991
Conhecido nos ambientes pastorais como padre João de Deus, era na academia reconhecido por “doutor Costa Jorge” e deixou a sua marca na organização da Faculdade de Teologia, no Porto.
Jacinto Jardim recorda os estudos em Roma do padre João de Deus Costa Jorge, onde investigou a emergência dos “novos movimentos religiosos na perspetiva da psicologia das religiões”.
“Ele trabalhava muito à base da análise transacional, que leva a revisitar as relações familiares, e gostava desta metodologia, simples na sua aplicação e permite percebermos as amarras de infância e pedem a libertação”, afirma.
Jacinto Jardim foi o convidado de hoje da rubrica da Agência ECCLESIA “Memórias que contam”, que evocaram o percurso biográfico de João de Deus Costa Jorge, sacerdote incardinado na Diocese do Porto desde 2013, que faleceu com 62 anos.
Jacinto Jardim recorda que o padre João de Deus “pensava fora da caixa”, tinha “o seu modo de pensar” e “conseguia concretizar a suas ideias” e com “resultados diferenciados”
“A homenagem ao padre João de Deus é desafio para estes tempos em que estamos. Precisamos de pensar diferente, introduzir coisas diferentes”, afirmou Jacinto Jardim, desafiando a Igreja, em sintonia com o pensamento do doutor Costa Jorge, a “inovar permanentemente”.
PR