Com o intuito de angariar fundos e sensibilizar a população para ajudar a recuperar a Igreja de Campanhã (Porto), os jovens daquela comunidade levaram à cena uma peça de Teatro «2030 – Odisseia no Adro». “Uma iniciativa interessante porque o texto e a representação é deles” – disse à Agência ECCLESIA o Pe. Fernando Milheiro, pároco de Campanhã. Aquele templo “é uma preciosidade” na área nascente do Porto e necessita de ser restaurado o mais rápido possível. “Todas a entidades dizem que sim mas nenhuma dá apoio” – lamenta. Como são necessárias verbas avultosas os jovens meteram mãos à obra e apontaram aquela data – 2030 – mas “não tem qualquer justificação”. E adianta: “acreditamos que terá que ser antes”. Há projectos que deverão ser realizados imediatamente “como o telhado e o restauro do tecto” – frisou o Pe. Fernando Milheiro. Esta igreja está “incompleta há mais de um século” e o foi colocado naquela ocasião um “telhado provisório que se mantêm”. Apesar dos restauros que vão sendo feitos para “não meter muita água”. A Igreja é do século XVII mas “queremos dar continuidade ao projecto do restauro que se iniciou no século XIX” – disse o pároco. Num tempo em que tudo “empata”, os peritos do IPPAR não são consensuais. “Toda a gente opina mas ninguém subsidia” mas “se isto cair os culpados são os membros da comunidade” – declarou. A população adere aos projectos mas “não podemos esquecer que somos pobres”. O restauro terá que ser feito por parcelas e cada uma destas “é muito cara”. Só o restauro da parte figurativa do tecto “são mais de 65 mil Euros” e a parte de arquitectura “são 500 mil Euros” – sublinhou. Há exigências que “nos fazem que não têm razão de ser”. E acrescenta: “antes de ser licenciada a obra teremos que fazer uma investigação arqueológica. Nós queremos fazer a obra para cima e obrigam-nos a fazer a obra para baixo”. Em relação à peça de teatro levada à cena pelos jovens, no passado dia 16 de Setembro, no Salão da Associação Nun´Alvares de Campanhã, o Pe. Fernando Milheiro realça que esta é do “estilo revista”. Aparecem dois fadistas populares que contam “o que acontece por aqui” e nos intervalos do fado “aparecem as representações com muitos quadros”. O conteúdo é sobre a Igreja e o respectivo restauro. “Mandam piadas ao padre, ao povo e também a quem empata as obras” – salienta o pároco. Nesta iniciativa grátis – o salão estava completamente cheio – “conseguimos angariar mais de 500 Euros”. Devido ao sucesso, o grupo irá repetir novamente a peça no próximo dia 6 de Outubro, no mesmo local.