Redescobrir a nostalgia de Deus

Redescobrir a nostalgia de Deus O desafio da nova evangelização consiste em fazer com que o homem, “distraído” por milhares de relações ou pelo pecado, redescubra a “nostalgia” do amor de Deus – considera João Paulo II, na mensagem que enviou ao «Meeting pela amizade entre os povos» que é organizado pelo movimento Comunhão e Libertação de 24 a 30 de Agosto. Do evento, que oferece 130 encontros, 29 espectáculos, 17 exposições, e 10 competições desportivas na cidade italiana costeira de Rímini, participarão cerca de 600.000 pessoas. Representantes do mundo da política, da economia, da cultura e das artes darão palestras. O Papa dedica a sua carta, enviada pelo cardeal Angelo Sodano, secretário de Estado Vaticano, a comentar a pergunta central do Meeting, retirada do Salmo 33, «Há alguém que ame a vida e deseje dias de prosperidade?». Perante esta questão João Paulo II refere que “o homem transcorre longos momentos da sua existência de maneira quase insensível ao acto de reivindicar a autêntica felicidade, reivindicação que contudo abriga na sua consciência; ele está como «distraído» pelas múltiplas relações com a realidade e o seu ouvido interior parece que já não sabe raciocinar”. O mundo que a “humanidade construiu”, particularmente nos últimos séculos, tende com frequência a “obscurecer nas pessoas o desejo natural de felicidade, aumentando a «distração» na qual correm o risco de cair por sua intrínseca debilidade” – acrescenta. A sociedade actual privilegia um tipo “de desejo capaz de ser controlado segundo as leis psicológicas e sociológicas, e portanto, capaz de ser utilizado com frequência para o proveito ou a criação de consenso” – salienta João Paulo II. A resposta ao Deus que grita até vencer “a nossa surdez descreve a tomada de consciência, cheia de comoção, à qual chega a pessoa no centro de sua própria intimidade” declara. Acontece precisamente no momento “no qual o clamor de Deus consegue romper as nuvens que envolviam a consciência. Somente esta resposta, “Eis-me aqui”, restitui ao homem seu verdadeiro rosto, e representa seu início de resgate”. Para alcançar este objectivo “a pessoa deve ser apoiada por uma adequada formação” – conclui o Papa. A educação não se dirige às massas, mas “à pessoa particular, na sua fisionomia única e irrepetível. Isto pressupõe um amor sincero pela liberdade do homem e um compromisso incansável em sua defesa” – finaliza.

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