Viagem ao coração da fé

A aguardada viagem de Bento XVI à sua terra natal tem-se revelado, até ao momento, uma verdadeira peregrinação ao coração da fé, como tem sido apanágio do Papa desde o início do seu pontificado. Depois das preocupações com o relativismo e o esquecimento de Deus, manifestadas em Munique, o Papa falou esta manhã, em Altötting, do valor da oração e da grandeza divina, que em nada diminui o ser humano, tendo como pano de fundo a figura de Maria. A emoção subirá de tom, esta tarde, quando Bento XVI passar junto da casa onde cresceu, em Marktl-am-Inn. Antes disso, presidirá à celebração das Vésperas, na Basílica de Santa Ana, junto de religiosos e seminaristas. As primeiras intervenções do Papa confirmam o que o próprio Bento XVI tinha anunciado, em entrevista concedida à Bayerischer Rundfunk (ARD), ZDF, Deutsche Welle e Rádio Vaticano, como objectivos para esta visita. “O tema fundamental é que nós devemos redescobrir Deus, e não um Deus qualquer, mas o Deus com feições humanas, porque quando vemos Jesus Cristo, vemos Deus”, explicou, admitindo que não escolheu temas muito específicos. A visita, de cunho pessoal, tem um dia reservado exclusivamente para Bento XVI, família e amigos, sem momentos públicos. Isso não quer dizer, obviamente, que o Papa não queira levar uma mensagem que fale aos seus conterrâneos e chegue a quem o acompanha em todo o mundo. “O motivo da visita consiste exactamente no meu desejo de ver, uma vez mais, os lugares e as pessoas junto das quais eu cresci, que me marcaram e fazem parte da minha vida; pessoas às quais desejo agradecer”, referiu o Papa, admitindo as naturais “saudades” de quem vive longe há várias décadas. Bento XVI assinalou que, na Alemanha e no Ocidente, acreditar “tornou-se mais difícil”, pelo que deseja que esta visita venha a ser “uma oportunidade para que se veja que acreditar é belo, que a alegria de uma grande comunidade universal significa um apoio, que por detrás dela existe algo de importante”.

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