Explica o decano de Filosofia do Regina Apostolorum Num momento em que decorre, em Castel Gandolfo, um encontro privado entre o Papa e alguns antigos alunos de Teologia, o Pe. Rafael Pascual, decano de Filosofia e director do Mestrado sobre Ciência e Fé no Ateneu Pontifício “Regina Apostolorum” de Roma, assegura que “Criação e evolução não se excluem”. O Pe. Pascual acaba de apresentar na Itália o livro “A evolução, encruzilhada de ciência, filosofia e teologia”, no qual se recolhem as actas de um congresso internacional sobre o tema, celebrado em Roma no ano de 2002. O congresso foi o ponto de partida de um novo projecto, um Mestrado em Ciência e Fé, iniciado no ano académico 2002-2003, e enquadra-se no STOQ (Science, Theology and the Ontological Quest), iniciativa promovida com outras universidades pontifícias: Gregoriana, Lateranense, Santa Cruz, Salesiana e Angelicum, sob os auspícios de Conselho Pontifício para a Cultura, e com o apoio da Fundação John Templeton. Em entrevista à agência Zenit, o Pe. Pascual explica que “o debate sobre a evolução está aberto. É preciso distinguir os diversos níveis: científico-filosófico-teológico, sem confundi-los nem separá-los totalmente”. Em relação ao debate sobre o carácter do chamado “desenho inteligente”, o Pe. Pascual afirma que “não se trata de uma questão científica, mas filosófica”. À pergunta de se se deve ensinar teoria da evolução nas escolas, o Pe. Pascual respondeu que “sim, mas como teoria científica, com os argumentos a favor, mas também reconhecendo os limites e os problemas ainda por resolver, e não como ideologia, como uma espécie de dogma absoluto, definitivo e indiscutível”. “Enquanto criacionismo e evolucionismo são em si incompatíveis, não o são criação e evolução, que, pelo contrário, se encontram em dois níveis diferentes”, indica. O decano de Filosofia recorda o livro “Criação e pecado”, do então Cardeal Joseph Ratzinger, onde se lê: “Não podemos afirmar: criação ou evolução. A fórmula exacta é criação e evolução, porque as duas coisas respondem a duas perguntas diferentes”. Redacção/Zenit