Actualidade da Igreja em debate

Diálogo entre o Papa e sacerdotes italianos Começa a ser uma tradição: no tempo que passa fora do Vaticano, durante o Verão, Bento XVI encontra-se com um grupo de sacerdotes para falar sobre a actualidade da Igreja. No ano passado, o encontro teve lugar no Vale de Aosta, ontem em Castel Gandolfo, seguindo o mesmo esquema de perguntas e respostas, passando por temas como a família, o matrimónio, os jovens e mesmo as dificuldades da vida sacerdotal. A intervenção de Bento XVI, publicada esta manhã pela sala de imprensa da Santa Sé, convida os padres a darem testemunho de uma Igreja viva, no meio deste mundo sedento de esperança, e comparou a crise da fé no sacerdócio com os desacordos matrimoniais, ressaltando a necessidade de “aceitar e reconhecer o outro quando parece que já não podemos estar juntos”. “É necessário aprender a conhecer-se de novo, aprender a amar-se com um amor mais verdadeiro”, indicou. O Papa pediu aos sacerdotes com dúvidas vocacionais que não percam de vista os sacrifícios quotidianos de tantos maridos, as noites de insónia dedicadas aos filhos e os problemas ligados à convivência. “Uma beleza feita apenas de harmonia é deficiente. A verdadeira beleza necessita do contraste. A escuridão e a luz se complementam-se; a uva, para amadurecer, precisa também da chuva e do vento”, explicou, defendendo que é preciso aprender “a necessidade do sofrimento da crise”. Preocupado com os jovens, Bento XVI apelou à criatividade, com iniciativas que levem os jovens a fazer o bem e encontrar caminhos positivos de ética cristã. O exemplo de São Francisco de Assis, “uma espécie de playboy que sentia que a sua vida não o satisfazia” foi, neste contexto, apresentado pelo Papa. Quanto à seriedade da Eucaristia, Bento XVI sublinhou que “uma boa celebração é aquela que permite realmente o diálogo com Deus”. Porque “os textos da missa não são textos de teatro, mas sim orações onde o sacerdote, com a assembleia, fala com Deus”.

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