As 1890 paróquias da província eclesiástica de São Paulo, no Brasil, uniram-se neste Domingo em celebrações pela paz e contra o aumento da criminalidade na região. O Cardeal Cláudio Hummes, Arcebispo de São Paulo, criticou o sistema prisional e disse que a situação das cadeias contribuiu para o fortalecimento do crime organizado e das rebeliões. “É urgente a necessidade de humanização das prisões”, afirmou o Cardeal brasileiro durante a Missa pela paz celebrada na Catedral da capital paulista. “As cadeias têm condições desumanas que levam a rebeliões, assassinatos e ao mando do crime organizado desde dentro das prisões, o que não deveria ocorrer. Isso significa que há algo errado ali dentro”, frisou. Há pelo menos três meses, a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) tem mantido um clima de terror sobre São Paulo com ataques a prédios públicos, privados, agências bancárias, viaturas e esquadras policiais, postos de gasolina e autocarros. O Cardeal Hummes aproveitou a cerimónia para pedir políticas públicas para mais de um milhão de jovens que estão desempregados e para os pobres. “Muito do que está a acontecer tem a ver com pobreza, marginalização e falta de perspectiva (dos jovens)”, disse. As outras 1890 paróquias do Estado aderiram à convocatória do Cardeal Hummes, que pediu a todos que se vestissem de branco ou que colocassem uma bandeira branca nas janelas das suas casas. Já neste mês de Agosto, os Bispos da província eclesiástica de São Paulo tinham publicado um documento em que condenavam a onda de violência que varreu o Estado, pedindo, ao mesmo tempo, uma reforma do sistema prisional. O documento referia mesmo que os ataques “continham também ingredientes de terrorismo, ou seja, tentativas de aterrorizar a sociedade, atacando civis inocentes, instituições e serviços públicos, incendiando autocarros, sequestrando jornalistas para extorquir a publicação de manifesto”.