Lefebvrianos negam aproximação ao Vaticano

Um ano depois do seu noticiado encontro com Bento XVI, Bernard Fellay, líder da Fraternidade São Pio X, negou qualquer aproximação ao Vaticano. Os seguidores de Monsenhor Marcel Lefebvre não registaram nenhum “progresso substancial” nos últimos tempos, apesar de várias iniciativas do Papa para promover a reconciliação. Depois de alguns encontros de Bento XVI com os líderes dos Dicastérios da Cúria Romana, falou-se repetidamente da hipótese de um acordo com os lefebvrianos. No passado mês de Março, Bento XVI confirmou, perante os Cardeais de todo o mundo, a sua preocupação pela reconciliação com a Fraternidade São Pio X, fundada pelo Arcebispo francês. O Papa poderia levantar a excomunhão de João Paulo II, datada de 1988, contra os Bispos da Fraternidade. Nesse encontro com o Colégio Cardinalício, o Papa deixou votos que, entre os temas a discutir, estivesse “a questão levantada por Mons. Lefebvre e a reforma litúrgica desejada pelo Concílio Vaticano II”. O Bispo Bernard Fellay, superior geral da Fraternidade, foi recebido por Bento XVI no dia 29 de Agosto de 2005, num encontro marcado pelo “desejo de chegar à perfeita comunhão”, segundo comunicado oficial da Santa Sé. Fellay e outros três Bispos foram excomungados a 2 de Julho de 1988, por terem sido ordenados “ilegitimamente” no seio da Fraternidade, por parte do Arcebispo Lefebvre. A carta apostólica “Ecclesia Dei”, de João Paulo II, constatou que esta ordenação de Bispos (a 30 de Junho de 1988) constituiu “um acto cismático”. Os contactos têm sido conduzidos pelo Cardeal Darío Castrillón Hoyos, presidente da Comissão Pontifícia “Ecclesia Dei”. Esta Comissão tem como objectivo “facilitar a plena comunhão eclesial” dos fiéis ligados à Fraternidade fundada por Monsenhor Lefebvre, “conservando as suas tradições espirituais e litúrgicas”, em especial o uso do Missal Romano segundo a edição típica de 1962 – a Missa Tridentina. Já enquanto Cardeal, Joseph Ratzinger tinha conseguido assinar um protocolo, a 5 de Maio de 1988, com o Arcebispo Lefebvre. Agora, um projecto de novo acordo instituiria para a Fraternidade uma “administração apostólica”, dependente directamente do Papa. Em declarações à agência norte-americana CNS, Bernard Fellay afirma agora que “o Papa gostaria, provavelmente, de avançar mais depressa, mas penso que estará a enfrentar muita oposição por parte dos Cardeais”. “Neste momento, não há muito a acontecer, seja em que direcção for”, acrescentou.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top