Davos: Vaticano vê governos a «concentrarem-se apenas no seu próprio povo» e insiste na necessidade de solidariedade internacional

«Quando falamos da dignidade da pessoa humana, não podemos aceitar compromissos e devemos defendê-la» – Cardeal Peter Turkson

Cidade do Vaticano, 29 jan 2021 (Ecclesia) – O prefeito do Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé) dirigiu-se ao Fórum Económico de Davos, este ano em versão online, para destacar a importância da solidariedade perante a pandemia de Covid-19.

“Estamos a ver os governos concentrarem-se apenas no seu próprio povo e depois nos outros. Vários países também têm capacidade de produzir medicamentos e se a propriedade intelectual fosse aliviada, poderiam produzir a nível local”, disse o cardeal Peter Turkson, numa intervenção divulgada pelo portal ‘Vatican News’.

O também responsável pela comissão do Vaticano dedicada à vacina contra a Covid-19 assinalou que o acesso de tratamentos “para todos” continua a ser um objetivo distante, alertando para os desafios colocados pelas novas estirpes do vírus.

Segundo o colaborador do Papa, se terapias alternativas pudessem ser “exploradas poderia ajudar a gerir a emergência e a reduzir as taxas de mortalidade”.

“Quando falamos da dignidade da pessoa humana, não podemos aceitar compromissos e devemos defendê-la. Num certo momento tentamos criar uma plataforma com políticas económicas sociais capazes de cuidar uns dos outros, porque a família humana é uma família interligada”, desenvolveu.

O cardeal Peter Turkson afirmou que a prática da solidariedade, de “cuidar um do outro”, cria e difunde a “fraternidade humana”.

O prefeito do Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral alertou que o mundo da pobreza é o que mais sofre com a pandemia originada pelo novo coronavírus.

“Há algum tempo que estamos a trabalhar com aqueles que chamamos ‘grupos de movimento popular’. Identificamos três áreas-chave: terra, trabalho e habitação”, explicou.

Neste contexto, assinalou que os “três objetivos” – terra, trabalho e habitação – são os que procuram agora, “para assegurar que as pessoas tenham um lugar para dormir, e isto também significa salvaguardar a família e a sua segurança e bem-estar”.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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