Todas as religiões no combate à Sida e ao HIV

Conferência Internacional sobre Sida termina hoje em Toronto “As pessoas de fé não podem demitir-se da responsabilidade na questão da Sida” afirmou um clérigo da Igreja Católica a uma assembleia inter religiosa, durante a Conferência Internacional sobre Sida, que decorre em Toronto, Canadá e termina hoje. Em Junho de 2006, na reunião do Alto Nível das Nações Unidas para o tema Hiv/Sida, o Cardeal Javier Lozano Barragán afirmou que “desde o início da pandemia da Sida a Igreja Católica trabalha no combate a nível médico, social e espiritual. 26,7% dos centros no mundo para tratar os enfermos de Hiv/Sida, pertencem à Igreja Católica sendo a Cáritas Internacional um desses exemplos.” O esforço da Igreja Católica concentra-se na capacitação de profissionais da saúde, prevenção, cuidado, assistência e acompanhamento quer dos enfermos quer dos seus familiares. “As principais acções que realizamos na formação referem-se aos profissionais da saúde, aos sacerdotes, religiosos e religiosas, aos próprios enfermos, às famílias e à juventude. Na prevenção insistimos na formação e educação para comportamentos destinados a evitar a pandemia. Estamos conscientes de que o papel da família no campo da formação e da educação é indispensável e eficaz” afirmou o Cardeal Javier Lozano Barragán. “No campo da atenção e acompanhamento do enfermo evitamos os contágios, atendemos os órfãos e viúvas, os presos, contribuímos para a reintegração social destes enfermos e colaboramos com os Governos e outras Instituições que se ocupam da pandemia, tanto a nível ecuménico como civil.” Diversas personalidades ligadas às religiões do mundo manifestaram, durante a Conferência Internacional, a necessidade de uma cooperação conjunta de todos as entidades no combate ao Hiv e à Sida. “O HIV e a Sida são assuntos onde encontramos a união dentro da diversidade” afirmou Mark Hanson, Bispo da Igreja Evangélica Luterana da América, dirigindo-se a um grupo de cristãos, budistas, muçulmanos, judeus, Baha’i e hindus. Admitiu haver obstáculos que permitam a colaboração pois “nós somos pessoas de fé, cuja identidade foi formada por convicções e práticas profundas. Isto torna a colaboração difícil porque temos tendência para não confiar na fé dos outros.” Hanson recomendou a prática do diálogo como antídoto para a desconfiança. Phramaha Boonchuay, reitor da Universidade de Chiang Mai Sangha disse que “como organizações de fé, todos temos o mesmo objectivo. A religião budista, cristão, islâmica e outras, todas têm ensinamentos importantes sobre o amor, caridade, compaixão pela pessoa do outro.” Manifestou a sua crença que este entendimento de responsabilidade partilhada é a base para a colaboração em projectos ligados à Sida. O padre Robert J. Vitillo, consultor da Cáritas Internacional para o HIV e a Sida, afirmou haver necessidade de ler os sinais dos tempos. “Pode ser um exercício indispensável para nós pessoas de fé, neste momento na evolução da epidemia do HIV.” Manifestou ser altura de criar um “mapa de acções de cooperação” entre as comunidades de fé. A Cáritas Internacional é uma organização de 162 organizações católicas que ajuda no desenvolvimento e presta assistência social, encontrando-se presente em 200 países e territórios.

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