A partilha gera solidariedade

Cáritas Portuguesa entrega casas a famílias desalojadas pelos incêndios Realiza-se amanhã a entrega de quatro casas a famílias, no município de Ourém, que perderam as suas habitações nos incêndios do ano passado. Resultado do trabalho da Caritas Portuguesa, através das suas campanhas de solidariedade, o Presidente desta instituição, Eugénio da Fonseca, em declarações à Agência ECCLESIA, manifesta a generosidade e solidariedade dos portugueses. Não esquecendo que estas acções de solidariedade resultam de tragédias que urgem ultrapassar, Eugénio da Fonseca afirma que estas situações podiam “ser significativamente minoradas com o compromisso de todos os portugueses para evitar que os fogos aconteçam.” No entanto, afirma que “das desgraças se podem tirar ilações positivas e à volta destas tragédias se congregou a solidariedade do portugueses. A Caritas, é grata pela confiança que depositam em nós enquanto instituição ao serviço da Igreja.” Tendo como objectivo uma linha de acção muito concreta, a Caritas procura ”prestar solidariedade e conforto, garantir que as pessoas não ficam isoladas nos seus problemas e procurar parcerias que gerem soluções.” Eugénio da Fonseca elogia o esforço das câmaras municipais, dos serviços da segurança social e dos próprios governos civis, que “foram parceiros privilegiados e deram uma grande colaboração.” Partilha de resultados “Devem, primeiro, ser ajudadas as famílias com menores recursos económicos. Prestamos auxílio em bens de primeira necessidade, nomeadamente nas habitações, e só depois em outros equipamentos. Procuramos uma gestão cuidada dos recursos que são postos à nossa disposição”. É esta a atitude da Caritas Portuguesa, a aplicação das verbas e transparência desta aplicação. Daí a necessidade de partilhar resultados com todos. “Muitas vezes põe-se mais enfoque na tragédia do que na solução encontrada” lamenta o Presidente da Caritas, “acho que isto é de valorizar para que todos se sintam confiantes e entusiasmados a ser mais solidárias. As pessoas têm direito de saber onde as verbas são aplicadas.” Cultura de impunidade O Presidente da Caritas Portuguesa elogia as medidas governamentais tomadas recentemente para o combate aos incêndios mas destaca uma “cultura de impunidade que se instala” quando se chega a estabelecer uma época de incêndios. Manifesta ser cedo para avaliar resultados, uma vez que o Verão ainda está a meio, mas “reconheço que as medidas e a atenção prestada por parte dos governos central e local, tem produzido efeitos” no entanto, insuficientes. ”Investir numa parceria mais abrangente com as instituições locais, envolver as próprias forças armadas, trabalhar ao longo do ano e não só nesta época específica são passos que se podem dar.” Dando especial importância também à consciência individual de cada um “pois, a solução dos problemas passa também pelo esforço de cada pessoa.” Violência gera violência Sobre o assassinato de trabalhadores de organizações humanitárias ocorridos recentemente no sul do Líbano, no Darfur (Sudão) e no Sri Lanka, o Presidente da Caritas Portuguesa manifesta o seu pesar sobre uma situação que considera “incompreensível”. Recordando que esta não é uma situação nova, uma vez que ao longo da História são muitos os exemplos de mártires, “ espero que o sangue derramado possa ser gerador de maior diálogo, compreensão e paz nessas zonas turbulentas e que essas vidas que foram imoladas sejam exemplo para muitos outros” finaliza.

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