Pio XII autorizou acolhimento de judeus em conventos romanos

O convento romano dos Quatro Santos Coroados abrigou, durante a ocupação nazi, refugiados políticos e judeus por ordem directa do Papa Pio XII, revela o diário de uma das freiras do mosteiro que será divulgado na publicação mensal italiana “Trenta Giorni”. Segundo o jornal “La Stampa” – que teve acesso a este diário, elaborado há mais de 60 anos – o Papa deu instruções à madre superiora para a abertura excepcional deste convento dedicado à vida contemplativa com o objectivo de acolher as pessoas procuradas pelos alemães. A “redactora anónima” deste diário detalha a data e os nomes de mais de dez pessoas, algumas delas judias, que se esconderam no convento de Setembro de 1942 a Junho de 1944. Entre estes hóspedes está a pequena Amalia Viterbo, sobrinha judia de Palmiro Togliati, conhecido político e um dos fundadores do Partido Comunista Italiano. A irmã escreveu entre outras coisas que o Papa queria salvar “seus filhos, assim como os judeus”, e tinha ordenado que fossem abertas as portas dos mosteiros, incluindo os de clausura, para aqueles que estavam a ser perseguidos. Posteriormente, a madre superiora obteve documentos falsos para os seus hóspedes por meio de um polícia italiano da resistência quando constatou que as SS, forças especiais de segurança dos nazis, não respeitavam os recintos de clausura de mulheres, escreve o “La Stampa”.

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