Natal: Arcebispo de Braga pede coragem para se «recuperar a amabilidade»

D. Jorge Ortiga sublinha impacto negativo da pandemia, numa sociedade marcada pela «pressa e o anonimato»

Foto: C. M. Braga

Braga, 21 Dez 2020 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga colocou a “recuperação da amabilidade” no centro da sua mensagem de Natal para este ano, numa sociedade marcada pela “pressa e o anonimato” e atingida pela pandemia.

“A coragem de recuperar a amabilidade é tarefa para todas as relações sociais, a exigir uma verdadeira mudança do estilo de vida, mas encontra espaço de um modo especial na família”, escreveu D. Jorge Ortiga, num texto enviado à Agência ECCLESIA.

O responsável considerou que esta quadra “passará à história” como um “Natal diferente”, onde não se experimentam os afetos habituais devido à pandemia.

D. Jorge Ortiga sublinhou que se deve recuperar a amabilidade, “uma atitude que resplandecia nas relações e que hoje, fruto de muitas situações, nomeadamente a pressa e o anonimato em que se vive, está a ficar esquecida e, quem sabe, para algumas pessoas a desaparecer”.

Quando as pessoas se preocupam com a amabilidade para com os outros, são capazes de “os ajudar para que a sua vida se torne mais serena, sempre, mas sobretudo quando se encontram envolvidos por problemas, angústias, interrogações”, acrescentou.

Na sua mensagem de Natal, D. Jorge Ortiga recorda “as pessoas que se encontram sozinhas”, “os idosos que se encontram nos lares longe do ambiente familiar” e os doentes dos hospitais”.

“Manifesto amor e estima a todos quantos trabalham, nestes dias e sempre, para garantir qualidade de vida: médicos, enfermeiros, operacionais da saúde, bombeiros, voluntários” e olha, “com muito reconhecimento, para todas as IPSS, carregando com as direções e trabalhadores a vontade de, sacrificadamente, servir mesmo à custa de noites sem dormir”, lê-se no documento.

“Devemos ser capazes de ter amabilidade no trato, cuidado para não magoar com as palavras ou os gestos, aliviar os pesos que incomodam” e, ao mesmo tempo, “reconhecer que a amizade, toda ela, mas sobretudo a familiar, exige palavras de incentivo”, escreveu o arcebispo de Braga.

D. Jorge Ortiga escreveu ainda uma mensagem de Natal aos reclusos dos Estabelecimentos Prisionais de Braga e Guimarães,.

“Se caminharmos juntos, eu quero caminhar contigo, mesmo que não me conheças” porque “a Vida não é feita só de coisas visíveis ou daqueles que se podem tocar e apalpar”, escreveu.

D. Jorge Ortiga recorda que as pessoas podem “ter sido egoístas e individualistas, desconsiderado ou prejudicado os outros”, mas agora podem “recuperar o tempo perdido para dar as mãos e acreditar que tudo pode ser diferente”.

“Se pensares um pouco, verificarás que o amor dos teus entes queridos te dá força e coragem para caminhar quando estás desiludido e pensas que tudo está perdido”, refere aos reclusos.

“Não desperdices a Vida que ainda te toca viver” porque  “podes ser feliz com os outros”, acrescenta o responsável católico.

LFS/OC

Notícia atualizada às 14h30

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Agência ECCLESIA

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