Fundação AIS pede ajuda para a Terra Santa

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) lançou um pedido de ajuda para as populações da Terra Santa, mais uma vez atingidas pela guerra e a devastação, alertando para o perigo real de os cristãos desaparecerem da região. Os cristãos da Terra Santa encontram-se hoje entre o fogo cruzado da luta política, territorial e económica entre o Estado de Israel e a Autoridade Palestiniana que deseja constituir um Estado independente na Palestina. As comunidades cristãs são reféns de uma paz, que parece ser impossível de alcançar entre judeus e muçulmanos. A Ajuda à Igreja que Sofre esteve na Terra Santa para avaliar a dimensão da crise que está a atingir as comunidades cristãs e verificar o que pode ser feito para ajudar estes cristãos perseguidos e necessitados. Actualmente e enquanto continuam os confrontos entre as Forças Armadas israelitas e os movimentos islâmicos no Líbano, D. Elias Chacour, Arcebispo de Akka, faz um pedido de ajuda de emergência para os cristãos na Galileia. Numa carta recentemente enviada à Ajuda à Igreja que Sofre, o Arcebispo católico-melquita de Akka (que abrange a região de Haifa, Nazaré e toda a Galileia) escreveu: “Nunca imaginei que viria o dia em que teria de fazer um apelo, um SOS, por nós, os cristãos da Galileia. Queremos limpar as lágrimas das crianças e dos pais nestes momentos difíceis”. O Arcebispo pede ajuda para 30 famílias cristãs, cujas casas foram danificadas e cujos elementos foram feridos nos ataques, a quem o Estado de Israel nega qualquer compensação pelos danos sofridos. A presença cristã na Terra Santa, no berço do cristianismo, está em risco de desaparecer. No espaço de 40 anos, a percentagem de cristãos baixou de 20% para pouco mais de 2 por cento. Actualmente, existem pouco mais de 150 mil cristãos que têm de enfrentar quotidianamente discriminações no emprego, na escola ou no próprio bairro onde vivem. As razões prendem-se com a religião, com o seu estatuto social e com a origem étnica dos cristãos da Terra Santa, que são na maioria árabes palestinianos. Para muitos a derradeira solução é emigrar. Um sacerdote palestiniano explicou-nos que o grande surto da imigração cristã surgiu no início da segunda Intifada, em Setembro de 2000. Mas os cristãos que imigraram para países vizinhos acabaram por regressar à Terra Santa. “Porque os países árabes não os querem receber e porque a vida nesses países, maioritariamente islâmicos, não é confortável para nós”, referiu o sacerdote. Os que se estabeleceram em países ocidentais já não pensam no regresso. Iniciada há cerca de onze anos em Portugal, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre é a secção portuguesa de uma instituição internacional católica com o mesmo nome, actualmente representada em 19 países. Recebeu o carisma próprio do seu fundador, o Padre Werenfried Van Straten que, em 1947, começou a auxiliar os refugiados do Leste europeu que fugiam à perseguição religiosa de então. Mais informações em www.fundacao-ais.pt Notícias relacionadas • Terra Santa: Cristianismo em risco

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