D. Manuel Clemente presidiu a Missa na solenidade da Imaculada Conceição
Lisboa, 08 dez 2020 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa presidiu hoje à solenidade da Imaculada Conceição, na Catedral diocesana, apontando à proximidade do Natal em contexto de pandemia, que deve ser assinalado no “coração” de todos.
“A 25 deste mês celebraremos o Natal de Jesus. Poucos dias no calendário, mais ou menos demorados no coração de cada um… Não me refiro à festa exterior, condicionada em tempos de pandemia. Refiro-me ao nosso coração, até coincidirmos com o coração de Deus. É esse o lugar que não dispensa, para aparecer neste mundo”, referiu D. Manuel Clemente, numa intervenção divulgada online pelo patriarcado de Lisboa.
O responsável católico recordou o nascimento de Jesus num “simples presépio”, revelando “a luz na noite, prenúncio da Páscoa, anos depois”.
“Esse foi o Natal. Esperado há muito tempo, profetizado até, mas surpreendente. Pleno de traços de iniciativa divina, pois a nossa maneira nunca o faria assim”, acrescentou.
Entre o sim de Deus, que a criou imaculada em função de Cristo, e o sim de Maria, que permitiu a sua vinda ao mundo em função de nós, há um nexo absoluto e salvador. Esse mesmo que se repercute nos cristãos, quando o batismo e a vida coincidem”.
D. Manuel Clemente destacou que a Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, padroeira de Portugal, pode ajudar a iluminar as atuais circunstâncias da pandemia e os vários sofrimentos da humanidade.
“Num mundo em que aumentam os atentados contra a liberdade religiosa e o culto que ela inclui. Num mundo em que falta proteger integralmente a vida humana, sem nunca interromper o seu percurso natural”, advertiu.
O cardeal-patriarca falou das aspirações a “algo de mais e melhor” no coração humano.
“À luz da solenidade de hoje, demos pleno espaço a Deus e à sua vontade de recriar tudo em Cristo”, disse.
O drama da humanidade, desde que ganhou consciência de si, foi – e continua a ser – a autossuficiência que pretende no que à vida respeita, própria e alheia. Assim pecou originalmente e assim persiste infelizmente. Salva-nos o facto de Deus não desistir de nos refazer em Cristo, com o ‘sim’ de Maria”.
O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi proclamado a 8 de dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’, do Papa Pio IX, na qual declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, sendo preservada do pecado original.
OC
No final da celebração, D. Manuel Clemente projetou a próxima celebração do Natal, anunciando que vai presidir à Missa do Galo com inicio às 23h00 da noite de dia 24.
“Creio que as restrições serão suficientes se nós próprios correspondermos, ou seja, não é apenas com estas disposições legais para emergência, é também com uma atitude constante, diária, permanente da nossa parte que para nos protegermos a nós e protegermos os outros temos que ter estes cuidados”, disse aos jornalistas, diante da Sé de Lisboa. |