Responsável pela Cultura na Arquidiocese de Évora sublinha a figura de Maria como sinal de esperança neste caminho para o Natal
Évora, 01 dez 2020 (Ecclesia) -A Arquidiocese de Évora caminha para o Natal com apelos à responsabilidade e à esperança, em tempos de pandemia.
“Não nos podemos resignar e não devemos confinar a alma”, refere, nas ‘Conversas na Ecclesia’, o cónego Mário Tavares.
O diretor do Departamento Arquidiocesano da Pastoral da Cultura e Bens Culturais, lembra que a “comunhão” é uma prioridade, ainda mais nestes dias em que não faltam experiências de fragilidade.
Perante as situações de carência e necessidade de auxílio, o cónego Mário Tavares afirma que a Arquidiocese tem a uma rede sócio-caritativa mobilizada e com ela também as comunidades cristãs.
“A realidade está a deteriorar-se e anunciam-se coisas pouco interessantes” reconhece.
O padre Mário Tavares que é também pároco de Santo António e São Domingos Sávio, em Vendas Novas, está consciente das dificuldades que as comunidades sentem na celebração da fé, e que para já, é ainda cedo para saber o que a situação vai gerar no futuro.
Este também é um tempo de Deus em que, por caminhos inesperados, nos havemos de colocar todos à procura…”.
A Arquidiocese de Évora tem um dos seus pulmões espirituais em Vila Viçosa, onde se encontra o Santuário Nacional da Imaculada Conceição.
Dali chega “uma mensagem de atualidade, “um lugar ligado à nossa identidade nacional como povo”.
O cónego Mário Tavares, professor do Instituto Superior de Teologia de Évora, lembra que o episódio de D. João IV em 1646, não é um simples gesto histórico assinalado nos livros.
“Quem não tem passado não tem futuro e temos que viver muito na redescoberta da alma do que vivemos até aqui”, considera.
“Está ali um compromisso histórico que todos assumimos. Não é arqueologia do passado, mas uma perspetiva do futuro que nos abre à esperança”, salienta o cónego Mário Tavares que recorda outro ícone importante de Maria.
Na Catedral de Évora, um dos poucos altares laterais que resistiram foi o de Nossa Senhora do Ó.
A razão é a profunda devoção que esta representação de Maria despertava nas mães da cidade de Évora.
“A primeira saida do bebé era para ser colocado no altar da Senhora do Ó” lembra.
A devoção está ligada à anunciação, e a novena à Senhora do Ó era preparatória do Natal ainda antes da nacionalidade, foi algo que subsistiu à ocupação muçulmana…”
“O nome Senhora do Ó, é proveniente das antífonas… Ó virgem Maria… e também da forma arredondada das grávidas”, indica o sacerdote.
Nesta Conversa, o cónego Mário Tavares remete para o património cultural da Arquidiocese alentejana, onde salienta as diferentes expressões artísticas que falam de Maria, e também de Advento e Natal.
Entre elas, o imaginário de barro de Estremoz, já declarado pela UNESCO, Património Imaterial da Humanidade.
Nas próximas semanas, as Conversas na Ecclesia, publicadas online pelas 17h00, vão levar-nos pelas dioceses portuguesas revelando as suas tradições de Advento e Natal.
HM/OC