A partir de 02 de dezembro, o Santuário de Fátima oferece «fisionomias de uma paisagem espiritual» na humanidade das pessoas
Fátima, 27 Nov 2020 (Ecclesia) – O comissário da exposição «Rostos de Fátima: fisionomias de uma paisagem espiritual», a inaugurar dia 02 de dezembro no santuário da Cova da Iria, realça que existe sensibilidade para o “momento histórico que se vive” e o evento vai mostrar “rostos que marcaram a história”.
“Num tempo em que estamos todos de máscaras e nos vemos forçados a ocultar os rostos uns dos outros vamos olhar para os rostos de Fátima”, disse à Agência ECCLESIA Marco Daniel Duarte.
O Museu do Santuário de Fátima vai apresentar uma nova exposição temporária (02 de dezembro 2020 a 15 de outubro 2022), intitulada «Rostos de Fátima: fisionomias de uma paisagem espiritual», numa iniciativa que procura dar visibilidade “ao acontecimento e à mensagem de Fátima, sobretudo num tempo especialmente delicado, que convoca toda a humanidade a refletir sobre a sua própria condição”.
“Precisamente aqueles rostos que construíram esta história centenária e que fomos buscar aos arquivos”, realçou o comissário da exposição.
Marco Daniel Duarte sublinhou que a mostra dá visibilidade aos “rostos que viveram o fenómeno das aparições e também dos adversários de Fátima”.
Subintitulada “fisionomias de uma paisagem espiritual”, a exposição pretende, num tempo de pandemia, refletir sobre o tema da morte e da vida como momentos luminosos da peregrinação do «homo Viator».
Uma paisagem espiritual centrada nos rostos que Fátima mostra à humanidade: Desde logo o rosto de Deus – trinitário e que se faz humano – e o rosto da humanidade peregrina que tem uma chave de leitura na encíclica «Fratelli Tutti».
Uma «plêiade de rostos» transversais com um arco temporal centenário.
“Rostos desde a primeira hora de Fátima (1917) até rostos muito atuais, alguns deles ainda vivem”, afirmou Marco Daniel Duarte.
Nos últimos anos, o Santuário de Fátima entendeu que uma “forma eficaz de comunicar com os peregrinos, mesmo com outras pessoas que o visitam” está na sensibilidade de utilizar a “ferramenta da museologia”.
A “via da beleza”, aquilo que os Papas pedem, é uma forma de mostrar a mensagem de Fátima, acrescenta.
Num lugar de peregrinação como é o Santuário de Fátima, mostra-se, numa época marcada pelas máscaras nos rostos humanos, vários rostos cuja identidade conduzirá à esperança, ainda que em tempo de tantas inseguranças.
“Nós com máscara, vamos ver os outros sem máscara”, disse o comissário da exposição.
Assim, de rosto destapado, os diferentes protagonistas de Fátima vão dar a conhecer, através do relato das suas ações concretas, o trabalho e o compromisso que fizeram na divulgação da mensagem deixada há cem anos por Nossa Senhora a três crianças da Cova da Iria.
A exposição dispõe-se em duas partes, a primeira que tem sete núcleos, dá a conhecer os rostos em Fátima, procurando responder à questão das fisionomias humanas relevantes na história da Cova da Iria.
Na segunda parte, com quatro núcleos, a exposição propõe um percurso mais orante e centrado na fé, desafiando o visitante “a interpelar-se sobre a sua condição humana, numa espécie de jogo de espelhos que confronta a realidade concreta que vivemos com o desejo relacional com a transcendência”.
A exposição destina-se a todos os peregrinos de Fátima, crentes e não crentes, que a queiram visitar livremente, num tempo de pandemia e as peças expostas pertencem maioritariamente ao espólio do Santuário de Fátima mas também recorre a peças dos Museus do Azulejo, de Aveiro e Póvoa do Varzim, para além dos arquivos e bibliotecas privadas.
HM/LFS