D. António Ferreira Gomes e D. Sebastião Soares de Resende. D. António Ferreira Gomes e D. Sebastião Soares de Resende tocam-se na “capacidade de olhar para o seu tempo e para a realidade social que tinham diante dos olhos. Um numa diocese de Moçambique e outro na realidade portuguesa, primeiro no Alentejo (diocese de Portalegre – Castelo Branco) e depois no Porto” – disse à Agência ECCLESIA D. Carlos Azevedo, um dos conferencistas do colóquio promovido pelo Centro de Reflexão Cristã (CRC) sobre estes bispos que completariam cem anos de vida se fossem vivos. Ao visualizarem essa realidade concreta colocam a luz do Evangelho sobre as “situações indignas da justiça e da liberdade humana”. A denúncia feita sobre estas situações não vem “do seu caracter irrequieto” mas do “apelo da própria realidade” – sublinhou D. Carlos Azevedo. Duas vozes incómodas porque o “instalamento circundante foi colocado em questão”. Um trabalho evangélico não por” protagonismo pessoal” mas por não puder calar as palavras que se fizeram arautos” – realçou o conferencista. Será que estavam á frente do seu tempo? “Todos os que vivem ancorados no Evangelho e em Deus semeiam na história caminhos novos” – respondeu. E acrescenta: “geralmente estão um pouco à frente mas essa é a missão de todos os líderes”. Estes dois bispos que nasceram em 1906 trilharam caminhos novos. “Algumas pessoas acolheram essas mensagens e foram capazes de lhe darem seguimento”. Nestes centenários – tanto de D. António Ferreira Gomes como de D. Sebastião Soares de Resende – apareceram pessoas “que se sentiram inspiradas pela determinação e lucidez destas duas figuras” – conclui. Este colóquio do CRC integra-se num conjunto de iniciativas promovidas em várias localidades do país sobre estes dois bispos que lutaram em prol da liberdade. Notícias relacionadas •D. António Ferreira Gomes: centenário do homem da coragem •D. Sebastião Soares de Resende: o Profeta da Beira»