Chile: Paróquia de Assunção continua «serviço em favor dos pobres», após incêndio na igreja

Padre Pedro Narbona destaca missão cada vez mais urgente por causa da pandemia Covid-19

Foto: Arquidiocese de Santiago, Chile

Lisboa, 04 nov 2020 (Ecclesia) – O pároco de Assunção, capital do Chile, disse que continua “o serviço em favor dos pobres” e “não há sentimentos de vingança” mesmo com “a dor profunda” pelo incêndio que destruiu a histórica igreja.

“O serviço em favor dos pobres e necessitados continua a fazer parte da missão da Igreja”, referiu o padre Pedro Narbona, no programa ‘Perseguidos mas não esquecidos’, da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) na Rádio Maria, em Espanha.

O pároco acrescentou que esta missão que é cada vez mais urgente por causa da pandemia do coronavírus Covid-19 e das suas consequências também económicas que agravam os casos de exclusão social.

“Tudo isso se reflete no facto de que o nosso trabalho de oferecer alimentos e bens de primeira necessidade tem aumentado muito nos últimos meses”, indicou.

O padre Pedro Narbona explicou que, sem a logística que existia no edifício paroquial, se torna mais difícil continuar este serviço de auxílio aos mais pobres.

“Não ter a paróquia dificulta a distribuição de alimentos ou combustível para poder passar o inverno. Esta zona tem também muitas pessoas idosas, com reformas muito pequenas e que dependem da nossa ajuda”, acrescentou.

Na informação enviada à Agência ECCLESIA, o secretariado português da AIS contextualiza que a histórica igreja da Assunção, na capital chilena, ficou destruída pelas chamas no dia 18 de outubro, um ano depois dos protestos contra o governo do país sul-americano, e nas imagens divulgadas alguns encapuzados festejavam a queda da cúpula e manifestantes gritavam: “Deixa cair, deixa cair…”

“A dor é profunda, mas ao mesmo tempo queremos oferecer ao Senhor este sacrifício para que Ele nos dê compreensão, reconciliação e que o amor vença o ódio para, uma vez mais, sermos um país de irmãos”, disse o sacerdote chileno, adiantando que têm de “reestruturar e repensar tudo porque neste momento a igreja está muito mais danificada”.

Segundo o padre Pedro Narbona “as vidas mudaram de um dia para o outro” e só podem “agradecer todo o apoio” que têm recebido, nomeadamente da AIS.

“Eles podem queimar as nossas igrejas, mas não podem destruir a nossa fé e a confiança no Senhor. Essa é uma frase que começa a ouvir-se muito por estas bandas”, acrescentou o sacerdote que é também o assistente eclesiástico da fundação pontifícia no Chile.

A AIS recorda que, no mesmo dia 18 de outubro, também a igreja de São Francisco de Borja foi saqueada e algumas das suas imagens foram queimadas na rua.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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