Escolas católicas procuram lugar na Educação

Dirigentes estão em formação As escolas católicas portuguesas encontram dificuldade em concretizar o seu projecto educativo devido à falta de liberdade que lhe é imposta pelo sistema educativo em curso. Esta é uma questão que tem vindo a afectar os estabelecimentos de ensino católicos em Portugal que, “por um conjunto de exigências logísticas e de restrições”, “sufoca e abafa a possibilidade de poder exercer, verdadeiramente a educação”, explicou à Agência ECCLESIA, Madalena Fontoura, da direcção da Escola de São Tomás, na diocese de Lisboa. A falta de liberdade é assim apontada por esta responsável como “a grande dificuldade” das escolas católicas, um problema que se traduz também na “falta de subsídio e de apoio do Estado às escolas privadas, restringindo a possibilidade de pais com dificuldade financeiras poderem aceder a essas escolas”, sublinhou. Dirigentes em formação Esta semana, em Fátima, decorre a última fase de uma formação avançada destinada a dirigentes de escolas católicas, promovida pela Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC) e que, entre outros temas, também serviu para reflectir sobre as dificuldades que estes estabelecimentos de ensino enfrentam. “Tive a impressão de que começa a haver uma consciência muito diversificada da importância da liberdade de educação e da importância dos pais poderem escolher a escola para os seus filhos. E aqui foi-nos dado muito fundamento sobre esse aspecto”. Por isso, como balanço considera que este curso foi um espaço onde “foi possível haver reflexão sobre temas de educação e de partilha entre escolas católicas”. Iniciado no passado mês de Novembro de 2005, este foi o segundo curso do género, promovido pela APEC e dirigido a directores de escolas católicas “ou a outras pessoas que as escolas entendam que possam vir a exercer um cargo de responsabilidade directiva nessas mesmas escolas”, disse à Agência ECCLESIA Acácio Lopes, membro da direcção direcção do Externato de Penafirme, Escola que preside à direcção da APEC. Com o objectivo de “formar dirigente de escolas católicas, nos aspectos pedagógicos, educativos em geral, e administrativos”, esta formação tem como pano de fundo aquilo que são os projectos educativos dessas escolas, que se traduzem por ser “um projecto educativo específico”, seguindo normas ditadas pela Santa Sé. “É um projecto global de Evangelização por meio da cultura e através dos livros escolares nas escolas”, frisou Acácio Lopes. A importância desta formação, “pedida pelas próprias escolas”, destacou, atribui-se ao facto de que dirigir uma escola católica “não é a mesma coisa que dirigir uma escola estatal”. “Os currículos escolares são semelhantes mas os objectos, as estratégias de acção, o modo como as coisas são tratadas tem uma especificidade própria”, concretizou. A acção de formação que termina na próxima sexta feira e é sujeita a avaliação com passagem de diploma pela Universidade Católica Portuguesa, está estruturada em diversos módulos: «Orientações da Igreja para a Escola Católica»; «História do Ensino Católico em Portugal»; «Comunicação e Relação Interpessoal»; «Cidadania e valores»; «Relação Família – Escola»; «A questão ética na gestão da Escola»; «Liderança e participação» e «Gestão de Recursos». A APEC está a funcionar desde há um ano com uma nova direcção, e ao terminar este ano lectivo, apesar de remeter o balanço mais para a Assembleia Geral que realizará no próximo dia 14 de Julho, Acácio Lopes adianta que este “foi um ano intenso” em que “foram cumpridos os objectivos definidos no plano de actividades”, sobretudo na aposta da vertente formação de alunos, pessoal não docente e docentes”, relevou. O professor do Externato de Penafirme salientou ainda o início de uma “colaboração mais directa e coordenada” com a Comissão Episcopal da Educação Cristã “no que se refere à dinâmica da escola”. Em curso está também a preparação do Fórum da Escola Católica em Janeiro de 2007.

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