Um carisma não pode ficar fechado dentro da congregação

80 anos da Congregação das Religiosas Reparadoras de Nossa Senhora da Dores de Fátima Nas comemorações dos oitenta anos da Fundação da Congregação das Religiosas Reparadoras de Nossa Senhora da Dores de Fátima realizou-se uma peregrinação ao Santuário de Fátima e “os leigos que fazem parte da obra reparadora pediram que se continue a fazer iniciativas deste género” – disse à Agência ECCLESIA a Irmã Maria Júlia Moreira, Superiora geral desta congregação. Um acontecimento que serviu essencialmente para “mostrarmos a história da nossa obra e o trabalho que realizamos em prol dos mais necessitados”. Nascida da Mensagem de Fátima e fundada pelo Pe. Nunes Formigão, esta congregação quer que os leigos partilhem “mais da vivência desta espiritualidade”. Este trabalho – começado pelo Pe. Nunes Formigão – “não teve continuidade e há quatro anos atrás voltámos a reavivar” – disse a Irmã Maria Júlia Moreira. Em pequenos grupos começou-se a dar formação, o número “aumentou” e “alguns fizeram compromisso de pertencer à ordem”. E acrescenta: “e ficaram unidos à nossa família”. O papel dos leigos “é extremamente importante” para a Igreja porque “um carisma é para a Igreja e não pode ficar fechado dentro de uma congregação”. Apesar de serem mais conhecidas pela sua presença na capela do Lausperene em Fátima, estas religiosas também trabalham com os mais pobres. É outra das facetas desta congregação. “Os mais pobres foram sempre os preferidos dos nosso fundador”. Com cerca de noventa irmãs, estas religiosas dedicam-se também às “crianças em situação de risco”. Muitas delas estão naquelas casas por ordem do tribunal ou dos serviços sociais. Já ultrapassou as fronteiras e, actualmente, “temos casas de apoio a crianças em Angola e Moçambique” – sublinhou a Irmã Maria Júlia. Em Portugal, as Irmãs Reparadoras têm também internatos para “crianças com os pais presos devido à droga ou que morreram por causa da SIDA”. As constituições da Congregação das Religiosas Reparadoras de Nossa Senhora da Dores de Fátima salientam que estas religiosas deverão fazer uma hora de adoração e o “resto do dia é para trabalhar intensamente com os irmãos. O nosso trabalho deverá ser o reflexo da oração”. E acentua: “reparar é amar”. Perante as dificuldades do quotidiano, as religiosas distribuem o amor. “As crianças que nos aparecem não têm hábitos e são irreverentes” devido ao passado delas. “Temos muitas que foram vítimas de maus tratos sexuais”. Apesar de virem de ambientes complicados, algumas destas crianças – “com o nosso amor” – conseguem “vingar na vida”. Algumas delas “tiram cursos universitários” – referiu a superiora geral.

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