Pequim nega acusações de repressão religiosa

O Governo chinês negou hoje, em Pequim, as acusações de repressão religiosa apresentadas no relatório anual da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), afirmando que a China rejeita qualquer intervenção externa nas questões religiosas do país. “Não conheço as alegações da Fundação, mas penso que elas não merecem comentário. O Governo chinês salvaguarda e garante a liberdade religiosa, de acordo com a lei nacional”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Jiang Yu, em conferência de imprensa. O Relatório 2006 sobre a Liberdade Religiosa no Mundo da AIS, organização pública dependente do Vaticano, sublinha que, em 2005, a China tentou apresentar-se como “um país de legalidade a respeito das expressões religiosas”. Esta posição “não impediu o Governo de prender fiéis e pessoal religioso, torturar membros de diversas comunidades, destruir locais de culto, proibir a educação dos jovens, impor limites ou proibir contactos e movimentos no interior do país e no estrangeiro”, acrescenta o documento, hoje divulgado. Jiang Yu rebateu as críticas da fundação e sublinhou que a China se rege “pelo princípio da independência e não permite a intervenção de forças estrangeiras nos assuntos internos e religiosos chineses”. As autoridades chinesas só permitem manifestações religiosas no âmbito das Associaçõess Patrióticas, aprovadas e controladas pelo Estado. De acordo com o relatório, a nova legislação chinesa referente às religiões, apesar de se declarar aberta, supõe “a priori que o direito a desenvolver actividades religiosas é concedido pelo Estado (e não salvaguardado por ele) e que “toda a actividade religiosa não controlada pelo Estado é acusada de ‘extremismo religioso’, de ‘perturbar a ordem pública’, de ‘minar a estabilidade social”. “Na perseguição ao fenómeno religioso na China verifica-se que esta continua a afectar todas as confissões religiosas (a Igreja Católica “clandestina”, o movimento Falun Gong, os muçulmanos uighura ou os budistas tibetanos) que não estão integradas em estruturas oficiais controladas pelo Estado”, assegura a AIS.

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