Bispos atentos às possibilidades das novas tecnologias

Evangelho pode percorrer as estradas virtuais A Igreja Católica em Portugal deve estar pronta a percorrer novas estradas, mesmo as virtuais, para dar a conhecer o Evangelho nos nossos dias. Esta é uma das grandes conclusões das para as Jornadas Pastorais da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), este ano subordinadas ao tema “Deus na Rede, novas tecnologias e evangelização”, que reuniram, em Fátima, os Bispos católicos do país de 19 a 22 de Junho. Para o presidente da CEP, D. Jorge Ortiga, esta é uma área que merece atenção especial, inserida no programa do organismo episcopal para este triénio ligado à transmissão da fé. Nesse sentido, explica, as Jornadas, como espaço de reflexão, abordaram em 2006 “o novo mundo” dos Media. A relação entre as novas tecnologias e a evangelização, o impacto global da Internet, experiências de formação e acompanhamento espiritual através dos novos suportes tecnológicos, a profusão do religioso no espaço virtual e a comunidade eclesial em Portugal foram alguns dos assuntos em destaque. Para D. Jorge Ortiga, foi importante “ter princípios de orientação e recolher algumas sugestões”, adiantando que a partir daqui é preciso perceber qual a incidência desta iniciativa “na vida das nossas dioceses” e da própria Conferência Episcopal Portuguesa. “Pessoalmente, entendo que esta foi uma iniciativa muito importante, por nos colocar neste novo areópago, quase a obrigar-nos a intensificar o nosso caminho sobre estas novas estradas”, apontou, considerando “consolador” o facto de haver já várias formas de presença católica na Internet, por exemplo. “Há vários aspectos a considerar nesta presença que Deus e a Igreja já têm na rede, sabendo que temos muito mais que fazer, na transmissão da fé, não tendo medo destas realidades novas”, admite D. Jorge Ortiga. Um novo capítulo Já o secretário da CEP, D. Carlos Azevedo, refere ao programa ECCLESIA que estas Jornadas permitiram aos Bispos e àqueles que, nas Dioceses, mais directamente colaboram com eles nesta área, perceber que “é possível a Igreja adaptar-se às novas tecnologias e é mais fácil do que muitas pessoas pensam”. Quanto a medidas que poderão surgir deste encontro, D. Carlos Azevedo assinala a necessidade de uma maior “interacção” entre as várias Dioceses e os seus serviços, “numa atitude de maior disponibilidade para recorrer a estes meios”. “Abriu-se uma página para um novo capítulo na comunicação da Igreja”, assegura. As várias formas de presença da Igreja na Internet devem ser potenciadas, segundo este responsável, o qual lembra a experiência da Agência ECCLESIA, de Dioceses e de movimentos. O Pe. António Rego, director do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja (SNCS), considera que estes dias acabaram por ser uma experiência “muito interessante”, na qual se procuraram apresentar experiências concretas e uma análise sistemática, que contou com o apoio de especialistas, sobre problemas, potencialidades e desafios das novas tecnologias. “Os Bispos portugueses manifestaram-se muito interessados, aproximaram-se dos computadores e lançaram uma série de questões. Todos conhecemos as limitações da Internet, mas sabemos que é um instrumento fantástico de trabalho e evangelização”, relata. Também este responsável sublinha o facto de a Igreja “não partir do zero”, destacando as várias iniciativas presentes na Internet. Neste sentido, o director do SNCS, considera que a ECCLESIA pode ser “um motor, uma animadora de tudo o que se vai fazendo a nível das dioceses ou das paróquias, procurando permutar informações, elementos de formação ou espiritualidade”. “Deveria haver elementos em cada Diocese que possam dar corpo a esta ideia, que é algo fundamental”, aponta o Pe. António Rego.

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