Francisco manifesta preocupação com populações mais pobres
Cidade do Vaticano, 07 out 2020 (Ecclesia) – O Papa reforçou hoje, em duas intervenções, o seu apelo para que as vacinas contra a Covid-19 sejam disponibilizadas a toda a população, independentemente dos seus rendimentos económicos.
Numa mensagem à Academia Pontifícia das Ciências, que se reúne em assembleia digital até sexta-feira, Francisco refere que “se alguém deve ter preferência, que seja o mais necessitado e vulnerável”.
“Quando as vacinas estiverem disponíveis, o acesso equitativo às mesmas deve ser garantido independentemente do rendimento, a começar sempre pelos últimos. Os problemas globais que enfrentamos exigem respostas de cooperação e multilaterais”, assinalou.
Já em entrevista à edição espanhola da revista semanal ‘Il mio Papa’, Francisco destacou que “a vacina não pode ser propriedade do país do laboratório que a encontrou ou de um grupo de países aliados”.
“A vacina é património da humanidade, de toda a humanidade, é universal, porque a saúde dos nossos povos, como nos ensina a pandemia, é património comum, pertence ao bem comum”, referiu. |
A mensagem à Academia Pontifícia das Ciências convidou a colocar a investigação científica ao serviço da saúde do planeta e dos seus habitantes, “especialmente os mais pobres e desfavorecidos”.
“Os sistemas de saúde, por exemplo, têm de tornar-se muito mais inclusivos e acessíveis aos desfavorecidos e àqueles que vivem em países com baixos rendimentos”, precisou Francisco.
O Papa destaca em particular as “responsabilidades éticas” dos cientistas, apelando a um esforço para “acabar não apenas com a produção, posse e uso de armas nucleares, mas também com o desenvolvimento de armas biológicas, que têm o potencial de devastar civis inocentes e, de facto, povos inteiros”.
OC