Évora: Arcebispo convida a optar «com criatividade» por uma catequese menos «escolar»

D. Francisco Senra Coelho saúda esforço das comunidades católicas para enfrentar desafios da pandemia

D. Francisco Senra Coelho Foto AE/MC

Évora, 07 out 2020 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora escreveu uma carta pastoral aos seus diocesanos, elogiando o esforço das comunidades católicas perante os desafios da pandemia e convidando a mudanças na catequese.

Num documento enviado hoje à Agência ECCLESIA, D. Francisco José Senra Coelho sublinha o “momento especial” em que o mundo se encontra, desejando que a situação provocada pela Covid-19 seja uma oportunidade” que “abra as janelas”.

O responsável católico desafia a optar, “com criatividade, por uma catequese da qual desapareça a sua vertente demasiado escolar” e se aproveite a ocasião para recomeçar a “catequese de novo e com moldes novos”.

O arcebispo de Évora realça que é fundamental que o pároco e os catequistas “ajudem os pais das crianças e adolescentes” a entender “a ligação estreita entre a catequese e a Eucaristia Dominical” e pede que, até à celebração da Primeira Comunhão, a família ou pelo menos alguém da família acompanhe regularmente a criança à Missa, de modo a que esta se vá tornando “discípula missionária”.

Em relação à pergunta sobre o que é preciso “rever na prática e na vivência” da “transmissão da fé às novas gerações, através da Iniciação Cristã”, o responsável católico aponta algumas questões a mudar: “demasiada escolarização da catequese”; “redução da catequese a experiências mais marcadas pela informação do que pela formação de personalidades autenticamente cristãs” e “verificação da pobreza dos encontros pessoais dos catequizandos com o Senhor ressuscitado”.

No caso de não ser possível a “catequese de modo presencial”, devido às orientações e determinações das autoridades competentes, D. Francisco Senra Coelho convida os padres e catequistas a continuarem “com o itinerário catequético previsto no catecismo, não propondo matérias digitais que nada tenham a ver com o caminho que se esteja a percorrer na Iniciação da Fé”.

No documento, o arcebispo de Évora refere que a opção é a “catequese presencial, que tenha continuidade na família” e que os catequistas devem “seguir as catequeses preparadas pelo Secretariado Nacional da Educação Cristã, com a ajuda dos meios informáticos que estão ao dispor”.

“A catequese não é nem poderá ser vista como mais uma atividade extracurricular”, completa.

A carta agradece “o caudal de generosidade” na vida das paróquias, a “grandeza da dádiva de tantos catequistas, o esforço de formação de tantos secretariados e paróquias e a heroicidade de muitos santos anónimos”.

LFS/OC

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Agência ECCLESIA

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