Pastoral da Saúde na Diocese do Porto encerra ano lectivo Em 27 de Junho encerra a fase lectiva do Curso de Pastoral da Saúde que, ao longo dos últimos dois anos, decorreu no Centro de Cultura Católica. O Curso teve a direcção científica dos Religiosos Camilianos, concretamente do Centro de Humanización de la Salud, de Madrid, e o apoio da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde. Dos cerca de cinquenta que iniciaram esta caminhada, a maior parte chega ao fim, muitos em condições de concluir com aproveitamento, elaborando o Projecto Pastoral que é pedido como definitiva prestação de provas. Foi uma iniciativa de formação numa área da “cultura católica” relativamente à qual não é muito usual pensar que seja necessária formação: a caridade. Mas é! Não basta fazer o bem. É preciso fazê-lo bem, a fim de que não redunde em mal para aqueles a quem se faz. E se isto é verdade em todas as dimensões do agir caritativo da Igreja e dos seus filhos, é-o de um modo particular, neste âmbito concreto que é o da Pastoral da Saúde. Aqueles que estão doentes passam por uma experiência de especial vulnerabilidade e fragilidade. É necessário aprender a relacionarmo-nos com eles, não vá acontecer que, com a melhor intenção de ajudar, atropelemos, infantilizemos e impeçamos as pessoas de crescer com a nossa “pena” formulada em piedosos “coitadinho”. Isto aprende-se e deve ser ensinado. Por isso, o Secretariado Diocesano de Pastoral da Saúde pretende, já no próximo ano, no contexto da acção do Centro de Cultura Católica, propor novas iniciativas de formação nesta área. Também para sublinhar que não há “cultura católica” se a caridade não for contemplada. De facto, a caridade é a linguagem da fé e a evangelização, neste tempo farto de palavras e imagens, cada vez mais se fará pelo testemunho livre e gratuito do amor ao outro. Na sua primeira Encíclica – Deus é Amor – o Papa Bento XVI diz com toda a clareza àqueles que, na Igreja, agem no mundo da saúde e da doença: “Relativamente ao serviço que as pessoas realizam em favor dos doentes, requer-se, antes de mais, a competência”. Salvaguardando que esta, que é a primeira e fundamental, não basta, acrescenta que o serviço prestado ao outro, porque “se trata de seres humanos”, deve ser prestado dedicadamente “com as atenções sugeridas pelo coração”. Daqui, o Papa conclui a necessidade de aqueles que se ocupam dos doentes necessitarem da “«formação do coração»: é preciso levá-los àquele encontro com Deus em Cristo que suscite neles o amor e abra o seu íntimo ao outro de tal modo que, para eles, o amor do próximo já não seja um mandamento, por assim dizer, imposto de fora, mas uma consequência resultante da sua fé, que se torna operativa pelo amor (cf. GL 5, 6)”. São inequívocas as palavras de Bento XVI e apontam um caminho que, muito singularmente, o Secretariado Diocesano de Pastoral da Saúde sente como dever seu percorrer e abrir para que muitos, na Diocese do Porto, possam chegar a uma consciência mais viva da sua responsabilidade no serviço aos que sofrem e a uma competência maior para oferecer este serviço. É por tudo isto, também, que o encerramento da fase lectiva do Curso vai ser assinalado com uma Sessão Aberta que decorrerá na Casa de Vilar, em 27 de Junho, entre as 21 e as 23h. Para orientar esta Sessão, virá, do Centro de Humanización de la Salud, a responsável pela formação à distância deste Centro, Professora Felicidade Vicente. O tema desta Sessão reveste-se de grande interesse e é, a muitos títulos, urgente: A Comunicação com os Doentes de Alzheimer. Esta doença, que a tantas pessoas afecta quer directa quer indirectamente, que tanto nos deixa sem saber o que fazer ou como fazer, instala na vida de quem se vê a braços com ela, um drama face ao qual é necessário aprendermos a estar presentes, sem abdicar. É particularmente difícil e, por isso, foi escolhido este assunto como tema da Sessão Aberta de encerramento do Curso de Pastoral da Saúde. A entrada é livre. José Nuno, assistente do Secretariado Diocesano de Pastoral da Saúde