Fátima Campos, Escrava da Santíssima Eucaristia e Mãe de Deus, acompanha as jovens em discernimento vocacional
Lisboa, 05 out 2020 (Ecclesia) – A missionária Fátima Campos, há oito anos em Timor, disse à Agência ECCLESIA que é necessário conhecer a cultura das jovens que ingressam na congregação e vive uma “missão ad intra”.
“Foram muitos os desafios e um dos mais fortes é tentar perceber um pouco as suas dinâmicas internas, tentar compreender a sua história, as suas raízes para depois poder ajudá-las no discernimento vocacional”, explica a religiosa.
Apesar das limitações trazidas pela pandemia a religiosa conta que houve a intensificação de outros momentos naquela casa das Escravas da Santíssima Eucaristia e Mãe de Deus.
“Aqui a missão é dentro de casa e continuei, tenho 14 jovens nesta casa, intensificámos a formação e dedicámos mais tempo à oração mas, também aos serviços de casa, à horta ao jardim, à adoração e ao estudo”, explica.
Responsável pela casa formativa da congregação, em Timor, a religiosa destaca que o “calendário e programa são necessários” mas há que perceber que ali o tempo tem outro valor.
“A congregação em Timor está a fazer esse processo, passos para se inculturar e poder estar, saber dar tempo e que tudo tem um tempo; aqui há relógio mas sabem que tudo tem tempo, amanhã é um novo dia”, partilha.
Fátima Campos é a responsável pela casa de formação das jovens timorenses em “discernimento vocacional”, perto da cidade de Díli, “onde aprendem a língua portuguesa”.
“A língua é uma dificuldade, elas aprendem o português connosco, e já falo algumas coisas em Tétum (língua nacional) e aí é a maior dificuldade”, aponta.
Há oito anos em Timor a entrevistada descreve a realidade do país, como uma “sociedade jovem e em construção”.
“Encontrei um país jovem e em construção, muitas coisas já melhoraram, uma Igreja nascente e com desejo de crescer e de formar os seus jovens, não só seminaristas mas ao nível de toda a Igreja”, assume.
Timor vai na “quinta fase do estado de emergência”, as fronteiras ainda estão limitadas e a congregação teve quatro centros educativos “fechados durante dois meses” devido à pandemia, por isso as religiosas intensificaram a adoração “como forma de missão”.
“A missão é uma resposta de amor, o mesmo Cristo que está na Europa está aqui também e isso faz com que não tenhamos medo de atravessar mares e passar de continente em continente”, remata.
No mês de outubro missionário, assim estipulado pela Igreja Católica, a Agência ECCLESIA apresenta as «Conversas Além-fronteiras», que procuram testemunhar a missão desenvolvida em diferentes pontos do mundo; serão transmitidas e publicadas online, às 17h00, e no programa Ecclesia, na rádio Antena 1, pelas 22h45.
SN