D. Rui Valério presidiu à Missa comemorativa dos 210 anos da Batalha do Bussaco
Lisboa, 28 set 2020 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança afirmou que o “amor a Portugal” é dos principais valores do país, evocando, este domingo, os 210 anos da Batalha do Bussaco.
“Regressar ao Bussaco e recuar até 1810 conduz-nos ao encontro do espírito e da alma de Portugal. É mais que uma geografia e mais do que uma terra: Uma alma que aqui se plasmou e se encarnou nos sucessivos movimentos da nação e do povo”, disse D. Rui Valério na Missa campal a que presidiu nesta localidade.
Na homilia enviada à Agência ECCLESIA, o bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança explicou que hoje se pode e deve “ousar mergulhar nesse espírito” para perceber e descobrir “qual o segredo dessa força e determinação”.
Neste contexto, D. Rui Valério destacou em primeiro lugar “o amor a Portugal” e no Bussaco os combatentes lusos “transformaram em ação a paixão por Portugal” e demonstraram como é feita a reação dos portugueses quando são chamados a defender a sua pátria.
“Este é dos principais valores dos portugueses de todos os tempos: o amor para com a sua terra. Nada toca e mobiliza tanto os portugueses como a intransigente e dedicada defesa da Pátria. Defendê-la, não é um impulso primário, mas, isso sim, um sentimento. E aqui impõe-se afirmar, em coro com a ciência, que os sentimentos são moldados pela formação e pela educação”, desenvolveu.
O responsável católico destacou que o exército português, em cooperação com as tropas inglesas, “materializou o sentimento de autonomia e liberdade” e, como no passado, hoje as Forças Armadas são a “afirmação de que ainda há portugueses disponíveis a tudo fazer, a tudo dar pelo seu país”.
Segundo D. Rui Valério, em terceiro lugar, está “o poder da harmonia e da fraternidade” e ainda destacou que a presença de soldados de outras nacionalidades fazia com que o Bussaco “se transformasse num pequeno universo ecuménico”.
Na Eucaristia que assinalou os 210 anos da Batalha do Bussaco, durante a Terceira Invasão Francesa, o bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança explicou que a homenagem aos que serviram Portugal, e “particularmente aos que tombaram neste solo pátrio”, vem também do facto “dos heróis serem não só coerentes com o que diziam, mas detentores de uma só palavra pronunciada pelo verbo e concretizada na ação”.
D. Rui Valério salientou que o “sucesso” da Batalha do Bussaco “não foi apenas o resultado do desejo de vencer”, mas consistiu num acontecimento que “logo se tornou fonte de motivação e de força para que cada militar e a nação inteira prosseguissem a luta”.
“A vitória dessa batalha fomentou na alma dos nossos valorosos e destemidos soldados a determinação e a confiança na desejada vitória; os historiadores são concordes em referir o quanto elevou o moral das nossas tropas e alienou o do invasor francês”, explicou.
Segundo o bispo Ordinariato Castrense, hoje Portugal, “mais do que em qualquer outra época da sua história”, está desafiado a “meditar seriamente” nas palavras de Santo Agostinho (A Cidade de Deus): «Se se põe de parte o Direito, em que se distingue então o Estado de um grande bando de salteadores?»
CB/OC