Santa Sé apoia suporte vital em caso de morte cerebral para salvar uma gravidez

Longe de ser um caso de obstinação terapêutica ou um tratamento desproporcionado, a ajuda médica para que uma mulher grávida em morte cerebral tenha podido dar à luz foi um “acto não só eticamente lícito, mas necessário”. Esta é a posição do presidente da Academia Pontifícia para a Vida, D. Elio Sgreccia. A menina nasceu no sábado: mediu vinte e cinco centímetros e pesou 713 gramas após o parto por cesariana, na 29ª semana de gestação, segundo os dados recolhidos pelo diário italiano “La Stampa”. O caso ocorreu pela primeira vez na Itália; no mundo foram registrados outros doze. A mãe do bebé, uma italiana de 38 anos, estava internada há 78 dias, clinicamente morta. “Salvar a menina foi um acto não só eticamente lícito, mas necessário”, declarou o Arcebispo Elio Sgreccia, presidente da Academia Pontifícia para a Vida. “Não se podia actuar de outra maneira, nem desde o ponto de vista científico nem do moral”, acrescentou. Este responsável frisou que “apenas podemos expressar apreço pela gravidez levada a bom término por uma mãe em estado de morte cerebral”, lembrando que desde o momento do internamento, “as condições da paciente eram desesperadas”. “A questão prioritária passou a ser sobrevivência da menina. E, com efeito, dia após dia os médicos controlaram as condições de saúde da menina e praticaram a assistência necessária com o objectivo de superar a semana 29 de gravidez para minimizar o risco de sofrimento fetal”, precisou. Num caso como este, para o presidente da APV, “as conclusões de cientistas e especialistas em moral coincidem”. “A vida, a vida dos homens e das mulheres, das crianças, dos idosos, não é um valor que afecta só os crentes. É precisamente a razão quem o reconhece. Ciência e ética em casos desse tipo sugerem o mesmo comportamento que é preciso manter»”, concluiu. Redacção/Zenit

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