Cáritas alerta para tragédia humanitária na Palestina

A Cáritas de Jerusalém acaba de lançar um apelo destinado à recolha de 1,5 milhões de dólares, indispensáveis para ajudar os cerca de 150 mil empregados da Autoridade Nacional Palestiniana, que há três meses não recebem o seu salário – fazendo faltar a um quarto da população o necessário para viver. Num comunicado ontem difundido, a Cáritas afirma que cerca de 40% das crianças que vivem em Gaza sofrem de desnutrição, sem terem disponível, por exemplo, leite fresco. A organização humanitária católica denuncia que, enquanto os bens necessários para a população da faixa de Gaza não entram na região, Israel continua a construção da barreira de segurança em volta de Jerusalém, aumentando o número de postos de controlo na Cisjordânia. “Para os 60 mil que entram em Israel todos os dias para trabalhar ou para receber cuidados médicos, esta barreira significa viagens mais longas, ausência do trabalho e impossibilidade de receber tratamentos”, lamenta a Cáritas. Perante esta situação, a organização católica lançou um programa de nove meses para fornecer comida, vestuário e medicamentos à população, em especial aos “mais pobres e desesperados”, para além de oferecer bolas de estudo e programas de formação profissional. O Custódio da Terra Santa, Fr. Pierbattista Pizzaballa, referiu à agência italiana SIR que “a situação de grave tensão” na Palestina poderá levar a uma guerra civil. O ministro do Turismo palestiniano, Judeh Murqos, apresentou a sua demissão do governo saído do movimento de resistência islâmica Hamas devido à espiral de violência nos territórios. “Confirmo a minha demissão do governo devido aos actos violentos de segunda-feira na Faixa de Gaza”, alegou o ministro num comunicado, remetendo para mais tarde explicações adicionais. Murqos, natural de Belém, era o único cristão no executivo. A violência entre o Hamas e o Fatah – movimento do presidente da Autoridade Nacional Palestiniana, Mahmud Abbas – resultou segunda-feira no incêndio de gabinetes governamentais e parlamentares na Cisjordânia e Faixa de Gaza, onde houve a registar dois mortos e sete feridos, dos quais três crianças. Abbas colocou as forças de segurança em alerta máximo na Faixa de Gaza. Ainda hoje a Santa Sé lançou um apelo à comunidade internacional para desencadear uma ajuda humanitária a favor da população palestiniana e pede aos povos em conflito que respeitem a vida humana, em especial a das crianças e civis inocentes. O comunicado vaticano afirma que o Papa, através da oração, está próximo das vítimas inocentes, dos seus familiares e das populações daquela terra, pedindo que haja coragem para retomar o diálogo, porque a única via para uma paz justa e duradoura é a da negociação.

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