Arquidiocese de Braga inventaria património

A Arquidiocese de Braga vai inventariar até Junho de 2007 o património de dois museus e de seis igrejas, avançando depois para o cadastro dos bens patrimoniais nos arciprestados não contemplados nesta primeira fase da criação de uma base de dados. O projecto foi apresentado em Braga e Guimarães, atendendo a que o Museu Pio XII, em Braga, e as igrejas de Nossa Senhora da Oliveira, dos Santos Passos e de São Domingos, em Guimarães, estão na lista de locais com espólio a inventariar. Nesta lista estão também a igreja matriz da Póvoa de Varzim e a igreja paroquial de Caxinas – a coordenação foi confiada a Deolinda Veloso Carneiro, directora do Museu Municipal de Etnografia e História da Póvoa de Varzim – e ainda a igreja matriz e o museu de arte sacra de Esposende, a cargo de José Felgueiras. Pensado pelo IHAC – Instituto de História e Arte Cristãs da Arquidiocese de Braga, que o submeteu à apreciação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, o projecto de inventariação do património tem como finalidade a criação de uma base de dados que ficará alojada no Museu Pio XII. Parte das mais de três mil e quinhentas fichas de inventário a elaborar até Junho de 2007 dizem respeito às colecções de pintura, numismática e têxtil deste Museu da Arquidiocese, sob a coordenação do cónego José Paulo Abreu. Na conferência de imprensa realizada no Paço Episcopal de Braga, este sacerdote revelou que a Arquidiocese gastará neste projecto mais de 42 mil euros e que o investimento global ultrapassa os 168 mil euros (há uma comparticipação do FEDER no valor de 126.680 euros). O cónego José Paulo Abreu, que coordenará todo o projecto de inventariação, revelou também que será instalado um quiosque multimédia em cada uma das igrejas inventariadas, com informação relacionada com o local, e que os resultados obtidos serão apresentados em Braga, Guimarães, Póvoa de Varzim e Esposende, bem como noutro arciprestado ou imóvel «a escolher para dar continuidade ao projecto ». A criação de uma página na Internet e a edição de sete mil e quinhentos desdobráveis referentes às igrejas inventariadas, com textos em português, inglês, francês e castelhano, são outras finalidades do projecto ontem apresentado em Braga e Guimarães – o mesmo acontecerá no Museu Municipal da Póvoa de Varzim, no próximo dia 20, às 21h30, e no Centro Paroquial de Esposende, no dia seguinte à mesma hora. Como também referiu o cónego José Paulo Abreu, estas sessões de divulgação do projecto, «além de dar a conhecer», visam também «sensibilizar». Ou seja, «para que as pessoas comecem a estimar mais o que têm» e para que haja «mais recursos humanos» neste processo de inventariação do património. Um trabalho que, explicou o sacerdote, está em curso há algum tempo – daí o prazo de execução ser «exequível», esclareceu –, pois «já há muita peça catalogada». Ainda segundo o cónego Paulo Abreu, a escolha das igrejas e museus «não foi aleatória», pois no processo contou a «riqueza do património » a inventariar e «a existência de técnicos» capazes de concretizar o projecto. Em Guimarães, a coordenação do projecto foi confiada à directora do Museu Alberto Sampaio, Isabel Fernandes. A edição de oito volumes, versando as colecções de pintura e de numismática do Museu Pio XII, a igreja de Nossa Senhora da Oliveira, dos Santos Passos e de São Domingos (em Guimarães), a matriz da Póvoa de Varzim e das Caxinas (em Vila do Conde), bem como a igreja matriz e o museu de arte sacra de Esposende, é outra das finalidades do projecto ontem apresentado. Cada edição terá mil exemplares, o que constituirá, como afirmou o Arcebispo de Braga, um «contributo para o Turismo e para a Região». D. Jorge Ortiga, a propósito desta aposta da Arquidiocese na inventariação e preservação dos bens patrimoniais, revelou que tenciona enviar um sacerdote para Roma, talvez já em Setembro, a fim de se especializar em História e Bens Culturais.

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