Breve Nota da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana sobre o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação

Quando somos capazes de superar o individualismo pode realmente desenvolver-se um estilo de vida alternativo e torna-se possível uma mudança relevante na sociedade.

 Papa Francisco, Laudato si’, 208

 

Instituído pelo Papa Francisco em 2015, logo depois da publicação da encíclica Laudato si’, este Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação surge-nos neste ano com uma oportunidade extraordinária. Porque extraordinários são os meses que temos vivido desde março, marcados pela incerteza e pelo medo, às vezes pela angústia, pela aflição e pela dor de tantos.

Um tempo marcado também pelo cuidado com os mais frágeis. Tantos exemplos que conhecemos – direta ou indiretamente – de vidas vividas na entrega aos outros, vidas dadas para que os outros vivam!

Mas também sabemos de situações em que a falta de esperança parece ter poder para fechar os corações, deixando-nos indiferentes à sorte e ao sofrimento dos outros. O Papa chama a essa atitude “auto-referencialidade”; e tem-nos alertado, em diversíssimas ocasiões, para o perigo de morte que ela comporta.

Nesta pandemia verificamos que o novo coronavírus «encontrou grandes desigualdades e discriminações no seu caminho devastador; e aumentou-as», como disse o Papa Francisco na audiência do passado dia 19 de agosto. E acrescentou: «Por um lado, é essencial encontrar uma cura para um pequeno mas terrível vírus que põe o mundo inteiro de joelhos. Por outro, temos de nos curar de um grande vírus: o da injustiça social, da desigualdade de oportunidades, da marginalização e da falta de proteção dos mais vulneráveis».

O novo estilo de vida que procuramos deixou de ter o carácter opcional. A Laudato si’, de que celebramos o quinto aniversário, apresenta-nos diversas propostas concretas, todas oportunas, muitas delas urgentes. Não deixemos de as pôr em prática!

A Comissão Episcopal de Pastoral Social e Mobilidade Humana deseja a todas as comunidades cristãs que este Ano Laudato si’ seja rico de concretizações nas suas vidas concretas, convida-as a dar graças a Deus pela Criação e a pedir ao Criador a conversão dos nossos corações e a dos corações daqueles de quem dependem as efetivas mudanças nas políticas públicas que têm tido «dramáticas consequências da degradação ambiental na vida dos mais pobres do mundo» (LS, 13).

28 de Agosto de 2020

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Agência ECCLESIA

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