Fátima lembra crianças institucionalizadas

Jornadas inicadas esta manhã As jornadas “Ninguém espera por mim? Ou a história das crianças institucionalizadas”, organizadas no âmbito do programa dos 90 anos das Aparições do Anjo (2006) e de Nossa Senhora (2007), decorrem desde esta manhã até Sábado, no Centro Pastoral Paulo VI. A escolha da data – no início de Junho – pretende associá-las ao Dia Mundial da Criança e também à Peregrinação Nacional das Crianças ao Santuário de Fátima, agendada para 9 e 10 de Junho. De carácter nacional, as Jornadas pretendem também evocar a segunda aparição do Anjo, em 1916, junto ao poço, que se terá dado “no pino do Verão”, segundo a expressão da Lúcia. A sessão inaugural decorreu às 9h30, seguida da primeira conferência, sobre o tema “A assistência à infância desvalida e abandonada em Portugal”, apresentada por Teodoro da Fonte, coordenador da formação contínua na Ancorensis Cooperativa de Ensino de Vila Praia de Âncora, e moderada pelo presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNICC), o Pe. Lino Maia. Maria da Conceição Lopes, presidente da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo de Leiria e directora do Lar Santa Isabel (Leiria), será uma das participantes e moderadora de uma conferência. Em entrevista à Sala de Imprensa do Santuário de Fátima, esta responsável analisa a pertinência da iniciativa, numa área que a própria qualifica de “muito delicada”, e lamenta que somente venha a público o que de negativo acontece nas instituições. 1- Justifica-se a realização de um congresso sobre as crianças institucionalizadas? Conceição Lopes – Tudo o que possa acontecer sobre esta matéria justifica-se, quanto mais não seja para reflectir em conjunto e trocar experiências, no sentido de corrigir o que está mal e aperfeiçoar o que está bem. Esta é uma área muito delicada. A todo o momento, surgem dúvidas e angústias principalmente, porque se tem consciência de que o futuro destas crianças dependerá da forma como foram ajudadas a ultrapassar as razões que as levaram a ser privadas de um meio familiar normal, de modo a que fiquem, com um mínimo de sequelas possível. Para além disso, parece-me um tema sempre actual pois é uma realidade que continuamos a ter como resposta a situações de crianças e jovens em perigo, embora haja um esforço para que tal aconteça sempre em última instância, só depois de esgotadas outras alternativas. 2- Quais as suas expectativas pessoais em relação a estas jornadas, enquanto dirigente de um Lar para Crianças e Jovens? Conceição Lopes – Aprender algo mais que ajude a ultrapassar as dificuldades com que diariamente nos deparamos. Por outro lado, a esperança de desmistificação da problemática da institucionalização. Que outros técnicos e a sociedade em geral não vejam o acolhimento institucional como uma resposta negativa, pois existem muitos aspectos positivos. Pena é que somente venha a público o que de negativo acontece nas instituições e raramente sejam divulgados os casos de sucesso, porque também existem alguns, embora não sejam tantos como os desejáveis. Programa das Jornadas em www.santuario-fatima.pt / 90 Anos

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