Bento XVI e Alexis II, Patriarca Ortodoxo de Moscovo, poderiam encontrar-se “num futuro próximo”, admitiu o secretário do Vaticano para as relações com os Estados, Arcebispo Giovanni Lajolo. O Arcebispo italiano explicou que este “será um gesto significativo para o caminho ecuménico”, mesmo que a estrada a ser percorrida “seja ainda muito longa e nada fácil”. Numa entrevista ao jornal romeno “Ziua”, divulgada pelo serviço de imprensa da Santa Sé, D. Lajolo mostra-se “confiante” no futuro das relações entre as duas Igrejas. O secretário do Vaticano para as relações com os Estados disse ainda que, entre os obstáculos ao diálogo entre Roma e Moscovo, estão a dificuldade de se ter “uma visão comum dos factos doutrinais e históricos” e uma série de “equívocos práticos, ligados também à sensibilidade e mentalidade diversas”, referindo-se, em particular, “à acusação de proselitismo dirigida à Igreja Católica”. Para que o diálogo seja possível, advertiu, é necessário um pouco de “boa vontade” de ambas as partes. O Patriarca Ortodoxo de Moscovo, Alexis II, revelou no mês passado, em entrevista, acreditar que Bento XVI será o Papa da “reviravolta ecuménica” na relação entre as duas Igrejas. “Esperamos gestos concretos para resolver as dificuldades existentes; queremos acreditar, por isso, que o pontificado de Bento XVI irá tornar-se célebre e será recordado”, adiantou. No passado dia 18 de Maio, o número dois do Patriarcado de Moscovo, o Metropolita Kyrill, encontrou-se com Bento XVI no Vaticano, evidenciando os progressos recentes nas relações entre as duas Igrejas. Sobre uma possível viagem do Papa a Moscovo, o chefe do departamento das relações externas da Igreja Ortodoxa russa afirmou que esse assunto não esteve sobre a mesa, mas “se isso acontecer, a viagem deveria ser muito bem preparada, tanto a nível protocolar como no das relações ecuménicas”.