Marinha mercante sem acompanhamento da Igreja

São menos os centros «Stella Maris» em Portugal Nos últimos 30 anos os centros «Stella Maris» que prestavam apoio e acolhimento aos marítimos de longo curso, têm vindo a desaparecer, dando lugar ao centros que fazem o acolhimento do pescador local. «Stella Maris» é desde há muito tempo o apelativo preferido, com que a gente do mar se dirige Àquela em cuja protecção sempre confiou: a Virgem Maria. Em Portugal o Stella Maris do porto de Leça da Palmeira, é o único que ainda funciona fazendo o acompanhamento da Marinha Mercante, e segundo o Pe. Carlos Noronha, que dirige a Obra do Apostolado do Mar, isto verifica-se devido “às transformações ocorridas após o 25 de Abril, quando se perdeu a Marinha Mercante, e os Stella Maris ficaram sem hipótese de subsistir”. Porém, esta é uma situação que se tem verificado, “um pouco em todo mundo”, encontrando causas “na redução dos contigentes a bordo” e pela diferente postura assumida pelas companhias de navegação. “Os barcos melhoraram de condições e hoje um pescador que navega em longo curso, já não tem más condições de habitabilidade”, justifica. Para o Pe. Carlos Noronha, os problemas actuais são diferentes. A redução dos homens a bordo fez com que a companha fosse mais pequena, mais heterogénea e de grupos mais reduzidos, onde todos são desconhecidos e, por vezes, de nacionalidades diferentes. Essa transformação – comenta com preocupação, o director nacional da OAM – gerou maior grau de suicídio”, devido ao isolamento em que muitos acabam por se encontrar e “porque levantam-se becos sem saída no plano da relação a bordo”. Outra das preocupações do Pe. Carlos Noronha assenta no facto de muitas vezes o navio zarpar com um patrão e, quando chega a outro porto, “ou já não é do mesmo patrão ou já nem tem patrão”. “Daí assistirmos a diversos navios abandonados nos portos”, acrescenta, salientando a dificuldade que os pescadores encontram em regressar ao país de origem, ficando as companhas sem receber pagamentos. Encontro das Praias na Nazaré Segundo a Carta Apostólica do Papa João Paulo II, Stella Maris, sobre o Apostolado do Mar, publicada em 1997, esta organização, “embora não constitua uma entidade canónica autónoma com própria personalidade jurídica, é a organização que promove o cuidado pastoral da gente do mar e visa sustentar o empenho dos fiéis, chamados a dar testemunho neste ambiente com a sua vida cristã”. Em Portugal promove duas grande actividades anuais e no passado fim de semana decorreu na Nazaré, um desses eventos que juntou cerca de 700 pessoas vindas “desde Viana do Castelo à Fuzeta”. O Encontro das Praias, organizado, este ano, pela Paróquia da Nazaré, começou com uma Vigília de Oração na noite de sábado, 28 de Maio, e teve como ponto alto a celebração da missa no Domingo ao final da manhã. O almoço e a tarde de convívio, com danças e cantares das várias regiões presentes, complementaram este Encontro que, frisa o Pe. Carlos Noronha, destina-se a que “os grupos possam expandir a sua alegria e reencontrarem-se”.

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