Vaticano destaca maturidade das novas realidades eclesiais

O presidente do Conselho Pontifício para os Leigos (CPL), D. Stanislaw Rylko, destacou hoje em Roma a “maturidade eclesial” dos movimentos eclesiais e das novas comunidades, ao abrir o seu II Congresso Mundial. A iniciativa, que decorre até sexta-feira em Rocca di Papa, é subordinada ao tema “A beleza de ser cristão e a alegria de comunicá-lo” e junta 300 representantes destas novas realidades da Igreja. Para o Arcebispo Rylko, depois de várias décadas de vida, é hoje possível verificar nestes movimentos “um sentido da comunhão cada vez mais sólida com o Papa e os pastores, e uma comunhão fraterna entre as diversas realidades”. Estes sinais de “maturidade” são reforçados pelo compromisso missionário e “a fidelidade ao carisma, que hoje mais do que nunca é necessário salvaguardar na fase de mudança geracional que muitos movimentos atravessam”. Falando do tema do Congresso, o presidente do CPL citou o então Cardeal Ratzinger para referir que “ser tocado e conquistado pela beleza de Cristo é um conhecimento mais real e profundo do que a mera dedução racional”. Oito anos passados sobre o I Congresso, em 1998, o Arcebispo Rylko quis sublinhar que não há, na Igreja, oposição entre “a dimensão institucional e a carismática”. Ontem, ao apresentar este II Congresso Mundial aos jornalistas, o presidente do CPL lembrou que o próprio Papa Ratzinger tem uma longa história de relação com os movimentos e novas comunidades, desde o pós-concílio, que se tem reforçado ao longo do tempo, fazendo com que fale destas realidades como “novas irrupções do Espírito na Igreja”, que devem ser recebidas como um dom e não como um problema – a sua relação com as Igrejas particulares é, por isso, uma preocupação constante no magistério. Na mensagem que enviou aos participantes, o próprio Papa confiou-lhes a missão de “levar a luz de Cristo a todos os ambientes sociais e culturais”, procurando fazer “florir de novo o deserto em que, muitas vezes, nos encontramos a viver”. Os novos movimentos eclesiais, surgidos na segunda metade do século XX, caracterizam-se sobretudo pelo facto se dirigirem principalmente a fiéis leigos para ajudá-los a viver como católicos na sua vida quotidiana. A Vigília de Pentecostes, em que Bento XVI estará com 300 mil membros destes movimentos eclesiais e novas comunidades, é aguardada com muita expectativa, sobretudo quando se recorda que, há oito anos, o então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé apresentou uma conferência relativa ao lugar teológico dos Movimentos. Os movimentos eclesiais e novas comunidades já têm uma história de várias décadas e uma grande implantação na Igreja. A maioria destas realidades já obtiveram o reconhecimento canónico da Santa Sé. Em Novembro de 2004, o CPL publicou o primeiro Directório dos movimentos e comunidades internacionais de leigos, um guia onde é possível encontrar 123 associações, alinhadas em ordem alfabética. As associações laicais sob jurisdição diocesana não estão incluídas.

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