Cáritas apoia luta pela inclusão

O presidente da Cáritas Portuguesa está satisfeito com o primeiro Roteiro para a Inclusão levado a cabo pelo Presidente da República, durante dois dias, com o objectivo de alertar para a pobreza e exclusão social. Eugénio da Fonseca, integrado na delegação da CNIS, que na semana passada foi recebida no palácio de Belém por Cavaco Silva, manifestou ao Presidente da República o “receio de que os portugueses já estejam num estado de descrença e de desânimo que possa gerar indiferença”, pelo que, afirmou à Agência ECCLESIA, saudar esta iniciativa, “pela esperança e ânimo que possa trazer”. Para o responsável da Cáritas a questão da inclusão não está relacionada com o crescimento económico ou com questões de produtividade e aumento da riqueza mas, afirma, “tem que ver com a justiça distributiva”. Por isso, antes de o país assumir um compromisso cívico, “ há que despertar os cidadãos”, sublinha. Na sessão solene comemorativa do 25 de Abril, no Parlamento, Cavaco Silva centrou o seu discurso na necessidade de combater a exclusão social e a pobreza, um combate que não se faz “apenas com medidas governamentais” mas, salienta Eugénio da Fonseca, implica a responsabilidade de todos. Neste sentido, reafirma a posição da Cáritas “na linha da frente” deste combate, lembrando que, “sem pessoas atentas e preocupadas que acreditem que a transformação é possível, não pode haver compromisso. É preciso despertar as pessoas para que elas participem cada uma a seu nível, nas diferentes estruturas que existem na sociedade democrática”. Muitas vezes, nesta luta contra a pobreza e a exclusão, há a tentação de dar protagonismo a iniciativas de maior vulto, ou onde estejam implicadas personalidades de maior visibilidade na sociedade portuguesa, mas existem no Portugal profundo outros exemplos, alguns dos quais Cavaco Silva procurou relevar nesta primeira fase do Roteiro para a Inclusão. Segundo Eugénio da Fonseca são “iniciativas modestas e que não tem esta expressão quantitativa, nem rostos mediáticos a dar visibilidade mas, são de uma eficácia tal, que é pena que o país não conheça”. Ao mostrar estas boas práticas, conclui, “o presidente também está a contribuir para que os portugueses façam um exame de consciência e possam reflectir no «porque não faço isto, também eu?»

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