«Dia dos Povos» juntou imigrantes em Vila Viçosa

Cabo-verdianos, guineenses, ucranianos, moçambicanos, brasileiros, angolanos e portugueses “subiram” em procissão colorida, no domingo 28 de Maio, até ao santuário de Nª. Sª. da Conceição, em Vila Viçosa, para a celebração do II Dia dos Povos. Esta iniciativa pastoral, proposta pela OCPM, a todas as dioceses, pretende proporcionar um especial momento no calendário da diocese para celebrar aquela diversidade religiosa que evoca, de maneira visível e global, a universalidade e beleza humanas inerentes à fé e vida da Igreja. O Secretariado arquidiocesano da Pastoral de Migrações de Évora, em comunhão com as Capelanias dos ucranianos de rito oriental, conseguiu reunir perto de duas centenas de imigrantes numa jornada de oração, convívio e encontro intercultural. Celebrou-se a alegria simples que brota do “estar juntos na fé” sem preconceitos, sem medos. Por um lado, despertou-se os trabalhadores imigrantes e seus filhos para a espiritualidade “incarnada” na vida no dia-a-dia e fidelidade aos valores – às raízes cristãs da própria identidade – e, por outro, consolidar todos os esforços de acolhimento e integração eclesial, sem assimilação forçada, em curso na comunidade. Insistir numa trajectória de “igreja integrada”, que não obstante as diferenças que os cristãos de outras origens, evangelizados noutras igrejas irmãs, trazem até nós o convite a “desnacionalizar” e “desterritorializar” a nossa maneira de ser cristãos, aqui e agora. Um exercício pastoral de unidade tão em sintonia com o espírito missionário e itinerante relatado nos “Actos dos Apóstolos”! Na celebração eucarística, presidida por D. Manuel Madureira, bispo emérito do Algarve, a Virgem Maria, não foi invocada apenas como rainha de Portugal. Mas, como Ela é, desde sempre, rainha e mãe de todos os povos, línguas e culturas. Na verdade, Ela e seu filho Jesus são, para quem não vive na própria terra, exemplo magnífico de uma “adaptação” feliz, de sucesso, numa terra estranha. Estrangeiros na terra, a exemplo de Jesus e Maria, os imigrantes são também mensageiros de uma terra nova em construção, peregrinos incansáveis em busca do santuário da dignidade e tecedores de relações que não excluem, nem marginalizam. Manuel da Silva

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