Dignidade humana não pode excluir liberdade religiosa

Conferências de Maio chegam ao fim no CRC A dignidade humana não pode prescindir da liberdade e do diálogo religiosos. Esta convicção marcou, ao longo do último mês, a edição 2006 das “Conferências de Maio” promovidas pelo Centro de Reflexão Cristã (CRC), este ano subordinadas ao tema “Imagens do Sagrado, Imagens do Mundo”. Guilherme d’Oliveira Martins, Presidente do CRC, explica à Agência ECCLESIA que a escolha do tema para este ano teve em linha de conta as “preocupações” geradas pela representação do Sagrado e as “confusões” feitas a respeito do tema das caricaturas do profeta Maomé. Deste exemplo recente ficou, aliás, a prova de que “é preciso conhecimento para que a comunicação seja rigorosa e não se baseie em lugares comuns”, no que diz respeito ao fenómeno religioso. “Quisemos libertar-nos do imediatismo e equacionar a questão de forma rigorosa e séria, não só dentro do Cristianismo, mas também no âmbito inter-religioso”, aponta. Para o presidente do CRC foi fundamental abordar uma temática que, não sendo fácil, “era necessária”. As várias experiências trazidas neste ciclo tinham, em comum, a “necessidade de assegurar, na sociedade, que a dignidade humana se baseie na liberdade religiosa, no diálogo inter-religioso e na capacidade de um desenvolvimento a partir dos valores fundamentais do Sagrado”. A primeira conferência, “A Representação do Sagrado no Mundo da Imagem”, procurou debater a relação com a imagem e os ciclos que ocorreram na história religiosa, “ora de recusa, ora de aceitação da imagem, com excessos que levam à idolatria”. Presentes estiveram Clara Menéres, João Bénard da Costa e o Pe. Peter Stilwell. “O Sagrado encontra-se, a cada passo, com a arte”, apontou o presidente do CRC. O ciclo prosseguiu com a discussão sobre “Património da Fé e Liberdade Criadora”. A terceira sessão foi dedicada às “Imagens do Religioso na Comunicação Social”, com representantes da comunidade muçulmana e judaica. A intenção foi partir daquilo que une as três grandes religiões monoteístas para criar “uma prática de respeito mútuo e crescimento em comum”. Esta semana, o ciclo chegou ao fim com um debate sobre “A Liberdade Religiosa num Mundo Plural”, com a presença da Pastora Reformada Idalina Sitanela, o deputado Vera Jardim e D. Manuel Clemente, Bispo Auxiliar de Lisboa. Para Guilherme d’Oliveira Martins, este foi o corolário do conjunto das iniciativas, “chamando a atenção para a necessidade de compreendermos um mundo plural, onde não pode haver desconhecimento mútuo e onde não pode haver liberdade sem uma expressão religiosa”. NRF/OC

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